Seminário vai discutir problemas dos trabalhadores portugueses em Espanha

José Silva Peneda, o presidente da Fundação, diz que a conjuntura económica tem degradado ainda mais as condições dos trabalhadores transmontanos que atravessam a fronteira.

“Se os países vivem numa situação difícil, estas regiões vivem numa situação ainda mais difícil”, sublinha Silva Peneda. “E esta ida maciça de trabalhadores para zonas raianas, zonas onde os esquemas de protecção social não são os mais satisfatórios. E sabemos que perante necessidades emergentes há pessoas que vão trabalhar sem cuidar de certas situações. E há gente série e gente que não é séria. E não podemos aceitar que um cidadão seja explorado, como se sabe que acontece neste tipo de situações”, explicou.

 Silva Peneda diz que são vários os trabalhadores portugueses com dificuldades na segurança social, devido às condições precárias dos trabalhos.

No entanto, recusa falar em números.

“O problema não é o quantitativo do número, é saber que a realidade existe”, sublinha. “Tanto as autoridades locais como nacionais não podem fechar os olhos e olhar para o lado”, diz. “É um fenómeno muito específico destas regiões, quem vive em Lisboa não sente muito esta realidade, mas há necessidade destas duas zonas terem esquemas de cooperação para evitar situações destas. Se uma pessoa não tem emprego aqui em Bragança e lhe aparece um ali ao lado, as fronteiras devem estar disponíveis. Mas essas mobilidade deve ser feita com regras”, conclui.

O congresso realiza-se a 9 e 10 de Junho, em Zamora, e vai juntar técnicos da Segurança Social dos dois lados da fronteira.

Escrito por Brigantia