Seg, 05/02/2024 - 08:12
Neste primeiro ano participam 20 pessoas, do lar, da unidade de cuidados continuados e do centro de educação especial. Para os idosos esta é uma forma de passar o tempo, mas também uma oportunidade para conhecer pessoas. “Principalmente, a nível mental, estimula a mente. O facto de as pessoas se mexerem mais, aprender mais, falar mais, comunicar mais, ajuda-nos a conhecer os idosos, que são pessoas extraordinárias. Tenho 58 anos e quero saber mais”, disse uma das participantes. “Eu gosto muito destas coisas. Dá para aprender coisas novas, para passar o tempo. Utilizo as tecnologias para falar com os filhos, a família e os amigos”, rematou outra participante.
O projecto vai decorrer ao longo de dois anos, em parceria com a Universidade de Salamanca e a EduVita, uma organização italiana. Tiago Asseiro, responsável pela implementação do programa na misericórdia de Bragança, explica que além do contacto com as tecnologias, serão partilhadas as histórias dos idosos. “A primeira fase visa o contacto com as novas tecnologias, porque a maior parte deles não teve qualquer acesso, durante a sua vida. Depois, numa fase posterior, vamos começar a transportar as histórias deles para as novas tecnologias, através de vídeos, fotografias, texto, para depois fazermos uma exposição”.
A exposição estará patente, em Julho, no Museu da Misericórdia de Bragança, Dr. Belarmino Afonso. Para Miguel Monteiro, da direcção da instituição, o contacto dos idosos com a tecnologia tem sido um estímulo. “Estas mudanças tecnológicas têm tido impacto em alguns idosos, ficam curiosos e querem aprender mais, nem que seja para falar com os filhos, através de videochamada. Isto tudo contribui para que consigam perceber que são úteis, conseguem melhorar a sua autoimagem e percepção daquilo que conseguem fazer e isso acaba por ser a parte mais importante do projecto”.
“Uma vida a aprender” procura ensinar os mais velhos a usar as tecnologias e culmina com a partilha das suas histórias, que darão origem a uma exposição. Os idosos vão ainda visitar a exposição feita pelos vizinhos espanhóis.
Para já participarão 60 idosos no total, 20 de cada instituição, Misericórdia de Bragança, Universidade de Salamanca e EduVita. Em 2025 serão outros 60.
O Instituto Politécnico de Bragança é colaborador do projecto, que foi apresentado, na sexta-feira, e é co-financiado pela União Europeia.
Escrito por Brigantia