Sex, 26/03/2010 - 09:55
No âmbito de um plano de inspecção às obras de arte situadas em troços desactivados, a REFER colocou, em 2004, barreiras para impedir a circulação pedonal na Ponte da Coxa.
No entanto, elas acabaram por ser retiradas indevidamente ao mesmo tempo que foram colocadas tábuas de madeira para servir de passadiço.
Em comunicado enviado à nossa redacção, a REFER diz que é alheia a esta situação e recentemente recolocou barreiras de impedimento à circulação pedonal e sinalética de proibição de passagem.
Apesar desta intervenção, há quem continue a atravessar a ponte a pé.
A destreza dos mais idosos é que já não permite grandes aventuras e vêem-se obrigados a percorrer uma distância maior.
“Eu tenho uma égua e vou prende-la ali àquelas terras que as trago à renda e passo sempre aqui mesmo para ir trabalhar” refere Carlos Augusto. “Eu passo aqui quatro a seis vezes por dia, mesmo depois de terem feito isto, não vou dar a volta” acrescenta.
Já para Maria dos Anjos, de 71 anos, este “era um acesso para ir à farmácia e para ir ao pão que é aqui a um passo. Atravessava aqui e era rápido que chegava lá e agora não posso, tenho de ir a dar a volta e fazer sete quilómetros a pé que eu não tenho carro”.
O irmão do homem que terá caído na ponte, considera que o perigo é agora maior. “As pessoas passam igual, crianças e adultos, e isto assim ainda ficou pior, porque a gente que tinha de passar, passa igual” refere João Granadeiro, salientando que “a situação piorou porque quando tinha a madeira, a gente ainda passava bem, mas agora ficou muito perigoso”.
Face à necessidade da travessia, a população sugere que sejam colocadas chapas na estrutura para construir um passadiço mais seguro e prontifica-se a fazer a intervenção. “Da maneira que a estrutura está bem segura deviam aproveitar para chapear aquilo para toda a gente poder passar” sugere João Granadeiro. “Nem que nós tivéssemos de o fazer, a REFER tinha era de autorizar” avança Maria da Conceição Quintana, outra irmã da vítima. Carlos Augusto concorda com a ideia e diz que “se for preciso a população do bairro paga as chapas e eu tenho dois aparelhos de soldar e empresto-os”.
Teme-se agora que o local possa vir a ser palco de mais tragédias.
Escrito por Brigantia