Sex, 08/10/2010 - 11:03
O mau estado de conservação da antiga ponte ferroviária da Coxa terá estado na origem da morte de um homem, que caiu daquela estrutura ao fazer o seu atravessamento a pé, em Março passado.A população que reside no bairro Fundo da Veiga fazia uso frequente da ponte para se deslocar à cidade, mas depois da tragédia, a REFER vedou o local.O deputado do PCP, Agostinho Lopes, questionou o Ministério das Obras Públicas sobre a situação.
A resposta foi agora conhecida e diz que “caso as autoridades locais não garantam a interdição de circulação na ponte, a REFER ver-se-á forçada a iniciar o respectivo processo de demolição”.
O deputado PCP não aceita aquilo que considera ser uma espécie de ameaça.
“Existe uma infraestrutura pública, desactivada mas construída com dinheiros de todos nós, que podia ser requalificada. E a REFER considera que ou as autoridades locais tomam medidas para suspender a circulação ou deita-a abaixo. É absurdo e só posso perceber isto com a grande desorientação que grassa no Governo”, diz o deputado comunista.
João Granadeiro, irmão da vítima mortal, também não concorda com a demolição da ponte.
Defende, antes, a sua requalificação.
“Depois de lá estar a estrutura, o que deviam fazer era compô-la, que era mais barato e dava jeito à população. Aquilo via ficar mal.”
No entanto, a lei não permite a circulação de pessoas em pontes ferroviárias, incluindo as desactivadas.
Contactada pela Brigantia, a REFER apresenta outra versão.
Primeiro diz que “a PSP de Bragança está a efectuar um policiamento descontinuado à ponte desde que a vedação e sinalização foram colocadas”.
Segundo a empresa não se tem verificado “a circulação de peões na ponte”.
Por isso, entende que “não há necessidade de iniciar o processo de demolição”.
Escrito por Brigantia