Qua, 26/06/2024 - 09:16
Guida Pires é uma das cerca de 1900 pessoas que já aderiram ao seguro municipal. Tinha dores na lombar, na perna e nas mãos e percebeu que precisava de ser vista por um médico. Num mês e meio teve a consulta, fez exames e tem já o diagnóstico. Admite que se recorresse ao Serviço Nacional de Saúde não teria sido tão rápido. “Tinha dores na lombar, na perna e nas mãos. Tinha alguns sintomas e precisava de atendimento médico. Decidi recorrer e fazer a marcação. Foi relativamente rápido e depois fui encaminhada para realizar os exames complementares e vim novamente à consulta para ver esses exames. Considero que foi relativamente rápido. Se fosse no SNS estaria mais tempo à espera”.
Já Maria Cecília Carneiro foi uma das últimas mirandesas a aderir. Teve a primeira consulta na semana passada e não podia estar mais satisfeita. “É a primeira vez que estou a vir aqui. As pessoas falam bem deste serviço e resolvi vir-me inscrever. Fiquei contente. Se tivesse que ir ao centro de saúde tinha que levantar às cinco da manhã e diziam que não tinha consulta”.
O seguro está disponível a todos os mirandeses, de qualquer idade. Segundo o médico Armando Parreira há “mais idosos” a recorrer, mas também “bastantes jovens”. As suas consultas são idênticas às do médico de família, mas o tempo não é limitado, acabando também por apoiar emocionalmente os utentes. “A conversa, para mim, médico de família, é parte fundamental da consulta. Quando estamos apertados por um sistema que obriga a ver metricamente um doente acaba, por vezes, por nos faltar o que era mais importante, o tempo para ver o que vem de lá de dentro, o que faz sofrer o doente. Aqui não há esse problema. O tempo é o que eu quiser dar”.
As consultas de clínica geral acontecem à quarta e sexta-feira, na Junta de Freguesia, com dois médicos. Depois, caso os utentes precisem, são encaminhados para a Casa de Saúde, em Viseu ou na Guarda, onde podem ter consultas de especialidade e fazer exames. O transporte é também assegurado pela câmara. A autarca, Helena Barril, explica que esta é uma forma de ajudar os mirandeses. “É a segurança de que as nossas pessoas não vão estar tempos infinitos à espera e não têm que estar a suportar consultas no privado, que são tão caras. A nossa população envelhecida, com pensões, a maior parte delas, miseráveis, ter que suportar custos que podem ser canalizados para o seguro de saúde é uma sensação que nos anima”.
O município de Miranda do Douro estabeleceu um contrato com a Casa de Saúde, com durabilidade de dois anos, restante tempo do mandato. Um investimento de 690 mil euros.
Até agora, já usufruíram do seguro mais de 1900 mirandeses, foram feitas mais de 500 consultas de clínica geral e cerca de 100 consultas de especialidade. Foram feitos mais de 200 exames, passados quase 50 cheques dentistas e feitas cerca de 60 viagens, num total de 240 pessoas transportadas.
Escrito por Brigantia