Seg, 13/05/2024 - 09:03
A crítica vem no seguimento das declarações do presidente Paulo Xavier, à margem da última Assembleia Municipal, que referiu que dos 16 milhões de euros para a obra, apenas foi executado 1,5 milhões. E não há qualquer financiamento de fundos comunitários. “Andamos a fazer todos os esforços para que o Museu da Língua Portuguesa seja financiado, porque neste momento os 16 milhões no Tribunal de Contas tivemos que dizer que são do município. Nós tínhamos financiado cerca de 5 milhões, preferimos perdê-los, por causa da fraca execução. Se nós tivéssemos feito a candidatura, podíamos ter ido buscar 1 milhão, mas perdíamos depois a hipótese de uma candidatura muito mais forte”, explicou Paulo Xavier.
A câmara já disse que espera agora candidatar a obra ao próximo quadro comunitário. No entanto, o socialista Luís Pires diz que o financiamento ainda não está garantido e que serão 16 milhões de euros que poderão sair dos cofres do município e pôr em causa outros projectos importantes para o concelho. “O que há são 16 milhões que vão onerar o orçamento da câmara municipal de Bragança e isso é uma preocupação para nós, porque há projectos que foram inscritos em orçamento, o orçamento para 2024 era de cerca de 54 milhões de euros, sabemos que este valor não cai só num ano, mas é significativo, é um terço. A nossa preocupação é que temos 16 milhões que vão ter que ser gastos e desviados de outras obras que estariam em cima da mesa e isto é preocupante”, criticou.
Luís Pires critica a câmara por estar a dar algo como certo, quando ainda não há certezas de financiamento. O líder do Grupo do PS de Bragança na Assembleia Municipal fala de um “relaxamento”. “A autarquia tem a obrigação de fazer as coisas com consistência. Tem a obrigação de fazer estudos, analisar e tirar conclusões e a mim parece-me que não é isso que está em cima da mesa”, acrescentou.
A criação de um Museu da Língua Portuguesa é uma obra única no país e a segunda em todo o mundo.
Está a ser construído nos antigos silos de Bragança, no entanto, já teve muitos avanços e recuos. A obra começou em 2021, mas devido a atrasos a câmara rescindiu com a empresa. Mais tarde abriu novo concurso e atribuiu a empreitada a outra empresa, mas a firma que ficou em segundo lugar interpôs uma contestação contra o município. O processo arrastou-se na justiça e só em 2023 o município conseguiu finalmente retomar a obra.
Recentemente, o presidente da câmara disse à Rádio Brigantia que a obra atrasou novamente por falta de consenso entre o projectista e o construtor, situação que entretanto foi ultrapassada.
Inicialmente a construção do Museu custava 10 milhões de euros, mas devido ao aumento do preço dos materiais passou para 16 milhões.
Escrito por Brigantia