Qui, 27/10/2011 - 09:18
O docente de 52 anos, que terá sido acusado pelo Ministério Público de Alijó de cinco crimes de abuso sexual de criança e um de maus-tratos, durante o ano lectivo 2008/2009, altura em que foi contratado pela Câmara, no âmbito de actividades de enriquecimento curricular, e colocado na Escola EB1 de Pegarinhos, foi contratado, este ano lectivo, pela câmara e Alfândega da Fé para leccionar actividades de complemento curricular na área musical no agrupamento de escolas da vila, nomeadamente para orientar o grupo musical Orff, constituído por cerca de três dezenas de alunos entre os 5 e os 15 anos de idade. Trata-se de um projecto que nasceu em 1995, na altura, coordenado pelo mesmo professor, mas que esteve parado durante uma década, sendo retomado este ano. Como o docente de Mirandela não tem licenciatura, está impedido de participar nos concursos nacionais de colocação de professores da responsabilidade da Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação. No entanto, depois da transferência de competências para as autarquias, na área da educação, os municípios têm autonomia para avançar com projectos extra-curriculares específicos e estabelecer protocolos com os respectivos agrupamentos de escolas. Foi o que aconteceu, em Alfândega da Fé, a câmara abriu concurso e contratou o professor de Mirandela. Depois de vir a público a notícia do alegado envolvimento em casos de abusos sexuais com menores, a direcção do agrupamento de escolas de Alfândega da Fé, apesar de ter sido apanhada de surpresa, não pretende tomar qualquer medida, até porque o caso compete à justiça, refere o director do agrupamento. José Lopes acrescenta que não tem qualquer queixa apontada ao docente em causa.“O professor não está impedido de leccionar. Está contratado pelo município para leccionar as actividades de complemento curricular na área musical e do ponto de vista legal não há nada apontar. A DREN já me contactou e eu deixei o director sossegado” refere, acrescentando que “não tomámos medidas especiais porque não há a mínima queixa. Conhecemos bem a pessoa e estamos perfeitamente sossegados e a aguardar aquilo que a justiça vier a declarar”.Também a presidente da câmara de Alfândega da Fé diz que o caso está a ser acompanhado com serenidade. No entanto, Berta Nunes sublinha que vai reunir brevemente com os pais das crianças para saber a sua opinião e só depois podem vir a ser tomadas medidas.“Fomos apanhados um pouco de surpresa. Nós ainda vamos falar com os pais e veremos a sua opinião. Até ao momento não há nenhum tipo de queixa mas é uma situação em que os pais terão de ser ouvidos” afirma a autarca.
Parece evidente que o futuro profissional do professor de Mirandela está nas mãos dos pais dos alunos que integram o grupo Orff, orientado pelo docente em causa.
Escrito por CIR