Ter, 11/11/2008 - 10:52
“Este ano há muito poucas. Das castanhas grandes, nem metade tenho em relação ao ano passado”, refere Julieta Alves, de Pinela, uma produtora que esteve presente na Norcastanha, o festival da castanha que hoje encerra, em Bragança.“Estamos muito admirados, porque ainda por cima são soutos novos, que deviam produzir bem, mas é o tempo que determina a castanha, e quanto a isso não há nada a fazer”, explica. “Quanto ao preço não está mau, a castanha está a 2€, as maiores estão a 3€”, diz ainda. Também Norberto Loureiro, de Sendas, concelho de Bragança, confirmou a quebra de produção da castanha à Brigantia. “O lucro é menos de metade em relação ao ano passado”, lamenta.“Eu colhi três mil, mas este ano não colho mil, é quase um terço e como eu estão os outros”, continua. “Aqui na região está tudo igual, aqueles que estão em terras mais fundas, lá cobrem um pouco mais, mas a diferença não é grande.”O presidente da câmara de Bragança, Jorge Nunes, desdramatiza a quebra de produção da castanha neste Outono.“É sabido que há menos castanha, mas há anos que há mais, há anos que há menos, não é drama nenhum, os agricultores habituam-se a viver com isso”, refere o edil. “Evidentemente que o desejável era que houvesse sempre muita e muito bem paga, isso era óptimo, mas a vida não é assim, nem com a castanha nem com outros produtos pois há condicionantes de natureza climatérica que o Homem não domina”, acrescenta ainda.Ainda assim, apesar de em menor número, em termos de qualidade a castanha trasmontana continua boa e recomenda-se.