Presidente de Vimioso reclama políticas centrais mais ajustadas para travar a perda de gente no concelho

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Seg, 10/08/2020 - 09:05


O concelho de Vimioso perdeu 691 pessoas, de 2010 a 2019, segundo dados revelados pela PORDATA. Estes números foram dados a conhecer a propósito do feriado municipal, que se assinala hoje

Jorge Fidalgo, presidente da câmara de Vimioso, considera que a perda de população se vai manter se algumas políticas, que dependem do Governo, não foram repensadas. “Concelhos como o nosso, do interior profundo, onde faltam serviços públicos básicos, como a educação, e onde a população é muito idosa, obviamente que temos uma grande percentagem de óbitos quando comparado com uma reduzida percentagem de nascimentos”.

O autarca acredita que a aposta no ensino devia ser uma prioridade. “O facto de Vimioso não ter a escolaridade obrigatória, especificamente o ensino secundário, é um handicap muito grande que faz com que muita população jovem e, muitas vezes, os pais saiam do concelho”.

Jorge Fidalgo também acredita que o cenário poderia ser diferente se as acessibilidades necessárias não continuassem a ser esquecidas. “Como podemos atrair muito investimento para a zona industrial, e vamos atraindo algum, quando somos um concelho em que as acessibilidades de hoje são as anteriores ao 25 de Abril?”.

Cada bebé que nasce naquele concelho recebe mil euros, as vacinas não comparticipadas são asseguradas pela câmara, às famílias que têm dificuldades são-lhes pagas as prestações do infantário, os alunos até ao nono ano têm transportes e alguns livros gratuitos e quase todos os estudantes do ensino superior têm as propinas pagas. Assim, apesar das políticas centrais não estarem totalmente orientadas para aquilo que o concelho precisa, o autarca garante que a câmara tem feito o que pode. “São questões que ultrapassam a câmara”, disse o autarca.

O dia do município coincide com a feira de São Lourenço e com o concurso de bovinos. As verbas que seriam despendidas neste concurso serão este ano transformadas num apoio aos agricultores, que ainda está a ser estudado, em conjunto com a algumas associações do sector. A feira será realizada mas estarão acauteladas todas as medidas e precauções por causa da pandemia.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves