Presidente da CIM considera “surpreendentes e infelizes” afirmações do presidente da Federação Distrital do PS

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Qua, 16/10/2024 - 08:20


Pedro Lima é o actual presidente da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes e Benjamim Rodrigues, autarca de Macedo de Cavaleiros, é o novo presidente da Federação Distrital do PS

São declarações “surpreendentes e infelizes”. É assim que Pedro Lima, o Presidente da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás os Montes (CIM-TTM) classifica as críticas de Benjamim Rodrigues, o autarca de Macedo de Cavaleiros, que no congresso distrital do PS, em Mirandela, no passado domingo, acusou aquela entidade de “falta de união e de visão estratégica comum” para desenvolver esta região.

Pedro Lima começa por desmentir que exista divisão entre os cinco autarcas do PSD e os quatro do PS que integram CIM-TTM. “É totalmente incompreensível, tanto é que a anterior direcção neste mandato (2021/2025), como a actual com membros dos dois partidos, por forma a haver uma representatividade daquilo que foi a vontade popular manifestada nas autárquicas de 2021 e isso demonstra a capacidade de ultrapassar essas barreiras partidárias e haver uma solidariedade entre os autarcas dos diferentes partidos”, refere.

O autarca de Vila Flor entende que as declarações de Benjamim Rodrigues são ainda “despropositadas e tardias” tendo em conta que o autarca de Macedo de Cavaleiros já integra a CIM TTM desde 2017, enquanto Pedro Lima só está há três anos e apenas assumiu a presidência daquela entidade há poucos dias. “Fui recentemente eleito presidente da CIM com 8 votos a favor num universo de nove autarcas, o que demonstra tudo menos desunião”, adianta.

Aliás, “a direcção composta por mim, pelo António Pimentel do PSD e pelo Luís Fernandes do PS conseguiu reunir praticamente um consenso, nunca antes verificado na CIM, pelo que acho que são declarações tardias de quem já está no segundo mandato e poderia ter feito muito mais por uma suposta união, porque no mandato 2017/2021 havia uma situação completamente diferente no panorama político-partidário, com sete Municípios do PS e apenas dois do PSD e fazê-lo agora é tardio e desadequado e por outro lado nem ainda tempo foi dado à nova direcção para poder colocar em prática algumas das acções que são necessárias”, admite.

Para contrariar as críticas apontadas pelo autarca de Macedo de Cavaleiros sobre a alegada falta de união e visão estratégica comum, Pedro Lima dá alguns exemplos de projectos que a CIM TTM pretende candidatar aos novos programas comunitários e que servirão para beneficiar os nove concelhos: “falo na protecção de incêndios com um grande investimento que vamos fazer na colocação de camaras de videovigilância de alta definição e que abrangem todo o território com um centro de comando comum e outro exemplo de cooperação foi o recente flagelo dos incêndios que se não houvesse essa solidariedade entre os efectivos e os dispositivos que foram colocados ao serviço teríamos tido casos bem piores do que os que tivemos , pelo que existe essa visão de globalidade”, conta.

Pedro Lima recorda também as “constantes reivindicações que têm sido feitas junto do Poder Central ao nível das ligações rodoviárias, como a ligação Vinhais/Bragança e a Ponte de Vimioso, bem como as ligações ferroviárias e as vias digitais para favorecer todo o território”.

O presidente da CIM-TTM entende que estas declarações de Benjamim Rodrigues terão sido feitas “um pouco a quente no calor da luta político-partidária” e que o assunto será discutido “no fórum próprio”, ou seja, na próxima reunião da direcção. “Temos todos de remar no mesmo sentido e unidos em torno de um objectivo e temos que o resolver, sendo que a melhor forma é vermos se existem realmente diferenças e como as conseguimos colmatar, mas penso que estas declarações não ajudam em nada, porque não reflectem aquilo que o resto da direcção e dos autarcas pensam”, acredita.

Escrito por Terra Quente (CIR)