Preço de pellets desceu mas ainda há quem prefira a lenha

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Qui, 18/01/2024 - 08:24


Em pleno Inverno, a lenha continua a ser a opção para muitas famílias se aquecerem, no entanto, há quem recorra a outras alternativas, como os pellets

O ano passado, o preço fez diminuir a procura por esta fonte de energia, mas este ano voltou a aumentar, já que o valor do saco caiu para metade.

No Inverno passado, Bruno Coutinho, lenhador no concelho de Bragança, viu-se perante mais trabalho. Começou a receber mais encomendas porque os consumidores de pellets começaram a procurar a lenha.

E agora, apesar da descida do preço dos pellets, o trabalho continua o mesmo. Bruno Coutinho não tem mãos a medir. “A procura é igual à do ano passado. Continuam-nos a comprar a lenha, embora tenha subido o preço um bocadinho. Antes uma carrada de carvalho custava 400 euros, agora é 450 euros. A maioria dos clientes tem lareira e gasta cerca de duas cargas por ano, mas há aqueles clientes que só fazem lume à noite e só gastam uma carga”, disse.

Por outro lado, o lenhador Bernardo Gonçalves tem verificado uma quebra na venda de lenha. Acredita que o despovoamento possa estar relacionado, mas também a descida do preço dos pellets. “Não há tanta venda este ano. Penso que é por causa do despovoamento do interior. A maior parte dos nosso clientes são pessoas mais de idade, não sei se é por falecerem, se é porque vão embora para casa dos filhos”, explicou, acrescentando que teve uma quebra de “17%”.

O preço dos pellets já está, de novo, perto daquilo que era a realidade de outros tempos. Em 2021 um saco de 15 quilos de pellets tinha, sensivelmente, o valor de 3,50 euros e no Inverno seguinte chegou a custar cerca de 10 euros. Agora ronda os cinco. Se o ano passado foram poucos os que aderiram a este método de aquecimento, este ano a procura voltou a subir. Pelo menos é o que se verifica na loja F. Pereira, em Bragança. “Havia uma grande quebra na compra dos pellets e as pessoas provavelmente procuraram alternativas energéticas. Mas este ano as vendas aumentaram, mas não é tanto como era há uns anos”, adiantou Manuela Abreu.

Sofia Rodrigues, da empresa DNMAT, que esclareceu que agora “os preços estão regulados” porque “a procura e a oferta estão regularizadas”, assinala que as pessoas estão agora a comprar muito mais mas o que se nota é que “vão comprando”, não em largas quantidades. “A procura está mais regularizada, a oferta também e acaba por os preços estarem mais regulados. As pessoas vão comprando o que precisam, é um produto fácil de manusear e armazenar”, referiu.

E na Reconco, também em Bragança, a venda de pellets volta a fazer-se em força. Segundo referiu uma das funcionárias, “há mais procura devido ao preço estar mais baixo”. Em 2022/23, os clientes compravam em menos quantidade e houve até quem lá fosse quase diariamente mas comparava apenas um saco de cada vez. Passavam consoante as necessidades e as possibilidades e notou-se uma quebra muito grande. No entanto, agora volta a haver uma grande procura.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves/Ângela Pais