Pouca valorização do gerontólogo e falta de regulamentação da profissão discutidas em Encontro Nacional

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Sex, 22/03/2024 - 16:28


Envelhecimento demográfico é o maior desafio do país mas os gerontólogos continuam a ser uma classe pouco reconhecida e valorizada

Quem o diz é a Presidente da Associação Nacional de Gerontólogos.

Hoje, na 8.ª edição do Encontro Nacional de Estudantes de Gerontologia e Gerontólogos, que está a decorrer, no Instituto Politécnico de Bragança, Filipa Luz deixou um exemplo bem claro. “Em final de 2022 conseguimos finalmente integrar a categoria profissional do gerontólogo no âmbito da contratação colectiva das IPSS. Até 2022 um gerontólogo tive que ser designado como outro profissional, se viesse a trabalhar num lar ou centro de dia, porque não existia a designação da profissão”, disse, salientando que “há muito trabalho para fazer” e é “necessário integrar profissionais especializados no envelhecimento”.

Diogo Monteiro, presidente do Núcleo de Estudantes de Gerontologia e aluno do terceiro ano do curso, prestes a entrar no mercado de trabalho, é um dos jovens que sente um grande problema: a comunidade não sabe o que é um gerontólogo. “Diria que as pessoas têm uma ideia completamente errada da gerontologia. Gerontologia é muito mais do que cuidar de idosos. Sinto que as instituições estão desinformadas e é sempre uma tabu”, referiu.

O director do curso, Carlos Magalhães, esclareceu que os jovens não têm grande receio em terminar a licenciatura e não ter trabalho. A grande preocupação é a falta de regulamentação da profissão. “Há uns anos encontrávamos nas instituições de apoio à pessoa idosa muitos profissionais que não tinham qualquer área de formação ligada à gerontologia. Hoje, felizmente, cada vez mais, conseguimos encontrar pessoas com formação”, acrescentou.

Em Bragança, a licenciatura em Gerontologia existe desde 2004. Neste momento, há 80 alunos que a integram. Para já, não há um mestrado ligado à área mas, segundo apurámos, neste encontro, deverá ser criado em breve.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves