Portelo ainda sem solução e população teme prejuízos nas hortas

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Ter, 02/03/2010 - 10:29


Dois meses depois das cheias que arrastaram areias das antigas minas para a aldeia do Portelo e para os campos próximos, ainda não há uma solução à vista. Com o tempo a passar, os habitantes temem agora ficar sem o principal meio de subsistência: as hortas.  

“As hortas e os lameiros estão inundados com a areia. É preciso alguém que limpe”, diz Manuel Afonso. João da Cruz, por sua vez, diz que “não se pode cultivar”, porque não há “água para regar”. “Estamos no mês de Março e devíamos ir já tratando dos terrenos mas, assim, não vale a pena”, sublinha.

Para Fernanda Benites o facto de não poder plantar “batatas, cenouras, feijão, tomates e tudo para consumo de casa” lhe vai causar “um prejuízo grande ao final do mês”, porque “vai ser preciso ir comprar esse tipo de coisas todos os dias ao mercado e o dinheiro é pouco”.

E, segundo o presidente da junta de freguesia, Amândio Costa, a água do ribeiro que atravessa a aldeia, continua a trazer materiais poluentes.

 

“Estão a ser arrastadas principalmente lamas e areia fina”, explica. “O problema que se coloca neste momento é que se não houver intervenção até ao mês de Abril, a população aqui do Portelo não vai poder cultivar as suas propriedades, porque não vai poder usar a água do ribeiro para regar, pois continua a arrastar lamas, que são poluentes.”

 

 

 

Do lado da Câmara Municipal, Rui Caseiro garante que a situação está a ser acompanha.

O vice-presidente da autarquia adianta mesmo que ainda esta semana haverá uma reunião entre várias entidades para se encontrar uma solução.

 

 

 

“É uma situação que está a ser acompanhada”, garante, revelando ter sido “solicitada uma reunião entre as várias entidades intervenientes, para saber qual a parte responsabilizada e a forma como se vai solucionar o problema. Uma reunião que vai decorrer em breve”.

Recorde-se que há precisamente dois meses que a água da chuva arrastou toneladas de areia das antigas minas do Portelo para o ribeiro que atravessa a aldeia.

A câmara já notificou o empresário que extraía os inertes para interromper a exploração, mas a população garante que o aviso caiu em saco roto.

“Ele passa aqui. Já o vi pelo menos duas vezes depois de ser notificado”, conta um dos habitantes da aldeia. A versão é prontamente corroborada por outra moradora.”Sim, tem passado com os camiões aí”, diz, tal como a sua vizinha: “tem passado sim senhor, que ele é atrevido”.

 

A Brigantia tentou contactar o advogado da empresa de extração de areias mas não foi possível obter uma reacção sobre esta matéria. 

 

 

Dois meses depois das cheias que atingiram a aldeia do Portelo, em Bragança, ainda não há uma solução para a reparação dos estragos.

Escrito por Brigantia