Poderão fechar 25 escolas no distrito de Bragança

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Sex, 04/06/2010 - 11:11


Devem encerrar entre oito e dez escolas nos seis concelhos do distrito de Bragança que integram a área de influência do Grupo de Apoio às Escolas da Terra Fria. Em causa estão escolas nos concelhos de Bragança, Vinhais, Vimioso, Mogadouro, Miranda do Douro e Freixo de Espada à Cinta.

Segundo foi possível apurar, há cerca de 25 escolas em risco de encerramento em todo o distrito de Bragança. Cerca de uma dezena só na área de influência do Grupo de Apoio às escolas do Nordeste, Terra Fria e Arribas.

As escolas primárias de Samil, Espinhosela e Zoio, em Bragança, Castro Vicente, em Mogadouro, Ervedosa e Penhas Juntas, no concelho de Vinhais, deverão mesmo encerrar, pois todas têm menos de 21 alunos, o número mínimo estipulado pelo ministério da educação.

 

Mas há outros casos de escolas que estão perto do limiar e sobre as quais pende um grande ponto de interrogação. São os casos de Salsas (Bragança), que tem nesta altura 20 alunos mas poderá ter 21, e Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro.

 

Neste caso, o problema era a falta de um refeitório, situação que a junta de freguesia já solucionou. Mas só se conseguiram 18 crianças, que seriam transportadas para Sendim, um outro agrupamento que no ano seguinte corre o risco de ser integrado em Miranda do Douro.

 

Quanto aos alunos de Salsas, e tendo em conta as distâncias, a solução mais provável seria a sua deslocação para Santa Comba de Rossas, a poucos quilómetros de distância.

 

Mas Salsas pertence ao Agrupamento de Izeda. Uma primeira proposta passaria pela fusão deste agrupamento com o de Augusto Moreno, em Bragança. Mas o documento de reorganização da rede escolar deixa em aberto um cenário mais negro. O alargamento da escolaridade obrigatória a 12 anos, implica que cada agrupamento tenha obrigatoriamente uma escola secundária. E o de Izeda não tem.

 

Ainda esta semana, a directora adjunta da DREN, Ema Gonçalo, prometia uma sensibilidade especial para as especificidades da região.

 

E será essa atenção que vai salvar do encerramento as escolas do ensino Básico de Argozelo e Quintanilha que, à data, têm menos de 21 alunos, embora pelo menos no caso de Argozelo se esperem 23 alunos no próximo ano, 24 no ano seguinte.

 

Quanto à capital de distrito, a abertura de dois novos centros escolares vai levar ao encerramento de várias escolas primárias da cidade, uma situação já prevista há algum tempo na carta educativa. As crianças das escolas de S. Sebastião, Estação, Estacada e, talvez, Toural, poderão ser incluídas no pólo de Santa Maria, junto à escola Miguel Torga. Ora, a localização deste pólo não é bem visto por muitos pais, pelo seu afastamento em relação ao centro da cidade, e cerca de três dezenas preferem matricular os seus filhos no pólo da Sé, junto à escola Paulo Quintela, e que já está a rebentar pelas costuras e que vai acolher ainda os alunos do Loreto e os que têm aulas em pré-fabricados na escola do Campo Redondo.

 

No próximo ano lectivo, o Agrupamento da Sé vai receber 1248 crianças, contra as 1007 de Santa Maria. E a tendência tende a agravar-se, o que poderá, a prazo, deixar pelo menos uma das três escolas secundárias da cidade em maus lençóis.

  

Uma decisão definitiva só será anunciada a 15 de Junho. Até lá, vão suceder-se as reuniões entre os responsáveis do ensino e as autarquias.

Escrito por Brigantia