Seg, 14/06/2010 - 09:20
Mas Celmira Macedo, presidente da Leque, lamenta ainda alguma falta de abertura da sociedade.
“Temos pais de Mirandela, de Vinhais, Foz Côa, Miranda. Isto é tudo voluntariado. Mas ainda há algumas resistências. Enviámos convites a todas as escolas do distrito que se tivessem respondido teríamos juntado mais de mil pessoas.”
Celmira Macedo acredita que este tipo de iniciativas podem fazer a diferença entre as crianças.
“Faz a diferença porque é a primeira vez que se faz uma actividade de laser para este tipo de crianças. E este não é um piquenique qualquer. Podem fazer asinoterapia, musicoterapia. Temos simulações onde pessoas sem necessidades especiais podem andar de cadeira de rodas, com os olhos vendados, para perceber como se sentem no dia a dia.”
Os passeios de burro foram mesmo uma das actividades mais concorridas.
Victor Bebiano, responsável pela empresa dona do Magalhães, o burro de serviço no sábado, acredita que o contacto com os burros é uma forma de terapia.
“É uma boa terapia. Começámos com a escovagem e hoje apostámos no passeio.”
Mas os pais e amigos das crianças com necessidades educativas especiais tiveram neste piquenique a possibilidade de ter contacto com tecnologias de informação, muitos deles pela primeira vez.
De Mirandela vieram duas técnicas do Centro de Recursos de Tecnologias de Informação, organismo do Ministério da educação e único no distrito de Bragança, que mostrou quais as potencialidades dos computadores para melhorar a qualidade de vida das crianças. Irene Miranda explica quais são.
“As tecnologias são mais direccionadas para os problemas de comunicação, visuais, como a cegueira e a baixa visão, e motores.”
A organização lamentou ainda a falta de resposta da Câmara de Bragança ao pedido de um transporte para as crianças e familiares do concelho, ao contrário do que aconteceu com as suas congéneres.
Muitos participantes tiveram de se deslocar em veículos próprios, enquanto a câmara de Alfândega da Fé providenciou mais um autocarro para o transporte da banda que animou o primeiro piquenique pela diferença.
Escrito por Brigantia