Sex, 20/02/2009 - 21:02
Uma empresa espanhola pretende proceder à exploração de quartzo, a escassos 20 a 50 metros do Rio Maçãs.
A Associação está preocupada com os impactes ambientais que o projecto possa implicar não só para o rio mas também para a saúde pública.
“O quartzo é altamente rico sílica que é prejudicial à saúde porque as partículas projectam-se no ar, o vento leva-as e acabamos por respirá-las, provocando a silicose que é uma doença muito comum nos mineiros” alerta José Carlos Fernandes da Associação Protectora Amigos do Maçãs.
Mas por outro lado, “está em causa o rio Maçãs e a sua sustentabilidade porque quando chover, vai escorrer para o rio e as populações de Carção e Argozelo ainda consomem água do rio” acrescenta o responsável.
José Carlos Fernandes refere ainda que para além da proximidade com o Parque Natural de Montesinho, o lado espanhol é considerado zona histórica “e há 15 dias atrás o alcaide de Trabazos veio ter connosco e trazia um documento da Junta de Castilla e Léon que dizia que devido a todo aquele espaço ser considerado zona histórica inviabilizava a construção de qualquer empreendimento”.
No entanto, esta situação parece não dar garantias da inviabilização do projecto uma vez que já foi posta à discussão pública o Estudo de Impacte Ambiental.
A José Carlos Fernandes suspeita deste processo. “Há aqui alguma contradição entre as autoridades espanholas porque se a Junta de Castilla e Léon inviabiliza a execução do projecto não há necessidade de pôr à discussão o Estudo de Impacte Ambiental”.
Também a Câmara Municipal de Bragança já está a acompanhar a situação.
Jorge Nunes diz que o projecto pode não ser negativo, mas que deve ser correctamente avaliado. “Solicitamos às autoridades do ambiente, do lado espanhol, para nos prestarem esclarecimentos”, esclarece. De acordo com o autarca o município tem responsabilidades, mas a responsabilidade máxima “cabe ao governo através do ICNB”.
Escrito por Brigantia