PCP quer fim de transporte pago de doentes não urgentes

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Ter, 01/02/2011 - 09:25


O PCP exige a revogação do despacho do ministério da saúde que determinou o pagamento do transporte de doentes não urgentes por parte de quem ganha mais do que o salário mínimo. Apesar do recuou do Governo, ao isentar os doentes hemofílicos e oncológicos, o deputado Agostinho Lopes considera que mão é suficiente.  

Para o parlamentar comunista a região transmontana pode ser a mais afectada pelo pagamento do serviço.

Depois de uma visita, ontem, à corporação de bombeiros de Mirada do Douro, Agostinho Lopes inteirou-se dos preços a praticar e considera a situação inaceitável.

“Uma vinda a Bragança são 77 euros, uma ida a Vila Real são 160 euros e uma ida ao Porto são 265 euros” avança. “Mesmo alguém que ganhe três mil euros por mês se tiver de ir ao Porto mensalmente três ou quatro vezes, está feito” afirma. “Se não for um doente hemofílico ou oncológico tem um grande problema” salienta.

 

Agostinho Lopes defende mesmo que este despacho põe em causa direitos consagrados na constituição.

“É inaceitável porque põe em causa o direito de todos os portugueses ao uso do Serviço Nacional de Saúde em condições idênticas, pois o pagamento por parte de quem ganha acima do salário mínimo põe em causa a igualdade dos portugueses” considera.

 

Declarações feitas durante uma conferencia de imprensa onde fez o balanço de uma visita ao distrito.

Agostinho Lopes passou também por Mogadouro onde se reuniu com produtores de leite.

Constatou o abandono do sector motivado por diversos factores.

“Este é um problema que se vem arrastando há muito tempo” refere. “Os preços continuam a não compensar pois rondam os 30 cêntimos e não pagam os actuais custos de produção que tiveram uma grande subida principalmente com gasóleo e rações, o que se está a traduzir num abandono da produção” acrescenta. “O planalto mirandês produziu cerca de 120 mil litros de leite por dia durante a década de 80 e agora só está a produzir cerca de 60 mil com 110 produtores” adianta.

 

Em consequência deste abandono alguns produtores estão já a optar por actividades alternativas e Agostinho Lopes considera que a produção de trigo pode ser uma boa aposta para o planalto mirandês.

Escrito por Brigantia