PCP diz que OE vai desertificar ainda mais distrito de Bragança

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Qua, 02/11/2011 - 09:56


O Orçamento de Estado para o próximo ano vai acentuar a desertificação e o empobrecimento do distrito de Bragança. Quem o diz é o deputado do PCP Agostinho Lopes que alerta para as consequências negativas dos cortes no investimento público nas regiões do interior.

O deputado comunista afirma que os cortes nas transferências para as autarquias e nos benefícios fiscais para as empresas vão enfraquecer o tecido económico da região. “O aspecto mais gravoso para o Interior é o corte no investimento público. Na medida em que as autarquias e o próprio sector privado não têm capacidade em realizarem investimentos por conta própria, o investimento público é decisivo, quer para a resposta às necessidades ao nível das infra-estruturas, quer para a próxima dinamização económica. Portanto, este acentuado corte no investimento público que pode pôr em causa infra-estruturas que estão em curso, como as rodoviárias, consideramos este orçamento extremamente gravoso”, realça o deputado comunista. Agostinho Lopes teme que as grandes infra-estruturas rodoviárias parem por falta de financiamento. O deputado afirma que as empresas envolvidas nas obras da Auto-Estrada Transmontana, no IP2 e no IC5 atravessam dificuldades financeiras, o que poderá pôr em causa a conclusão destas vias. “O que nós sabemos é que no Plano Estratégico de Transportes está inscrito a possibilidade de suspensão e de revisão do projecto em que são referidas duas vias a Subconcessão Douro Interior e a Auto-Estrada Transmontana, que são duas vias fundamentais que atravessam a região e relativamente aos quais são temos claro o que é que lhes vai acontecer. As respostas são pouco claras relativamente até aos problemas de falta de dinheiro que algumas destas empresas estão a enfrentar e até as dificuldades que estão a ter nos pagamentos às pequenas empresas subcontratadas”, constata Agostinho Lopes.   O agravamento da taxa do IVA também preocupa Agostinho Lopes, que alerta para as graves consequências que esta medida vai ter ao nível da restauração no distrito de Bragança. “Este agravamento que agora se verifica ao nível da restauração vai aqui colocar um problema muito sério na competição do próprio turismo do lado de lá e do lado de cá. A restauração do lado de lá vai continuar com uma taxa reduzida de IVA de 8 por cento, enquanto aqui vão pagar 23 por cento. Não estamos a falar de um diferencial de trocos, mas de muitos euros em cada refeição”, alerta o deputado. 

O PCP critica, ainda, o facto de ser sido retirado o PIDDAC do Orçamento de Estado e acusa o Governo de estar a tentar esconder a falta de investimento nas regiões do Interior.

Escrito por Brigantia