PCP de Bragança acusa inspecção de trabalho de nada fazer pelos trabalhadores

Na origem destas acusações está a situação de seis trabalhadores dos Serviços de Utilização Comum dos Hospitais, do Centro Hospitalar do Nordeste, que podem vir a ficar sem emprego.

O responsável distrital do PCP, José Brinquete, pondera mesmo tomar medidas de protesto.

“Também ficámos muito preocupados porque não é a primeira vez que há queixas que a inspecção de trabalho ou não age ou age mal. Não pomos de parte pedir uma audiência à inspecção de trabalho para conhecer as razões de não actuarem nestes casos e, depois, tomar outras deligências.”

José Brinquete acusa mesmo o ACT de Bragança de não respeitar a confidencialidade das queixas dos trabalhadores.

“Toda a gente sabe que os trabalhadores aqui têm medo de se ir queixar porque não sentem confiança na inspecção de trabalho de guarda de sigilo. Muita gente diz que quando lá vai, ainda antes de sair do edifício já o patrão sabe.”

A delegada regional da Autoridade para as Condições do Trabalho remeteu um comentário mais completo para hoje.

Sem gravar declarações, Lília Condado sempre foi adiantando que está a decorrer um processo relativo a este caso, e que existem negociações para a integração dos seis trabalhadores na nova estrutura, assumida pelo próprio CHNE.

Mas ontem, em conferência de imprensa, a Direcção da Organização Regional de Bragança do PCP deu conta de outras preocupações.

“Com a política de contratação externa de serviços em muitas das autarquias do distrito, que podem e devem ser executados pelos respectivos municípios, mas são encomendados em empresas em que a prática dominante é o trabalho precário e sem direitos.”

Passado o período eleitoral, o PCP faz um balanço positivo dos resultados conseguidos no distrito de Bragança.

“Considerou-se muito positivo o crescimento da CDU no distrito de Bragança. De 1691 votos em 2005 para 2093 votos nas últimas eleições legislativas. Regista-se um aumento de 30 por cento. Igualmente nas últimas autárquicas, a CDU viu atingidos os seus objectivos políticos no distrito de Bragança, ao conseguir crescer globalmente em número de votos para os órgãos municipais – câmaras e assembleias municipais – e de mandatos para as assembleias municipais e de freguesias. A CDU passa a estar representada em cinco das 12 assembleias municipais: Bragança, Macedo de Cavaleiros,  Mirandela, Vila Flor e Vinhais, mais duas do que no mandato anterior.”

Por isso, os comunistas revelam que a aposta passa agora pelo recrutamento de novos militantes, pela defesa dos trabalhadores, pela auscultação das estruturas locais para a elaboração de propostas na Assembleia da República para o distrito de Bragança e prosseguir o combate pela regionalização e criação da região administrativa de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Escrito por Brigantia