PCP apresenta propostas de 40 milhões de euros para o distrito de Bragança

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Ter, 02/02/2010 - 11:43


Construção de estradas, de uma linha de caminho de ferro de Bragança até Puebla de Sanábria, em Espanha, ou construção de valências no Instituto Politécnico de Bragança são algumas das quase 30 propostas que o Partido Comunista Português pretende entregar ao Governo, referentes ao distrito de Bragança.  

Ao todo são quase 40 milhões de euros que seriam gastos com um único objectivo: desenvolver a região.

“Temos para o Ministério das Obras Públicas as linhas ferroviárias e algumas estradas que, não sendo as estruturantes são muito importantes para o concelho. Isso partindo do princípio que vai ser construído o IC5, IP2 e A4 até 2011. Por exemplo, nós valorizamos muito a construção de uma via rápida entre Bragança e Vinhais.”

José Brinquete, líder distrital dos comunistas, lança ainda outras propostas.

“Para além das estradas, consideramos também o Douro, que não está a ser suficientemente aproveitado; as linhas aéreas e as digitais, até porque há muitas aldeias que não têm net. Bem como as linhas ferroviárias. Reivindicamos a construção de uma nova linha, do Douro até à Sanábria.”

Mas os produtores de castanhas merecem também uma atenção especial por parte do PCP de Bragança.

“Propomos ainda a criação e instalação de um centro de documentação e investigação do castanheiro da Terra Fria.” Isto porque consideram que “os produtores de castanha ficaram nas mãos de um cartel, que são duas entidades. A média do preço da castanha ficou, por isso, nos 85 cêntimos por quilo. E vão ter de agarrar esta proposta porque o castanheiro é a principal fonte de receita da Terra Fria.”

Estas propostas foram apresentadas ontem, em conferência de imprensa, depois de um dia de visitas pelo distrito, na companhia do deputado comunista Agostinho Lopes.

Apesar de ter sido eleito por Braga, o deputado comunista toma as dores do distrito de Bragança, uma vez que o PCP não elegeu nenhum representante para a assembleia da república neste círculo eleitoral.

De manhã, a delegação comunista encontrou-se com trabalhadores de uma empresa de transformação de cogumelos, no concelho de Vila Flor, e com a cooperativa local de olivicultores.

A descida do preço do azeite, que não dará para pagar os custos de produção dos lavradores, foi a principal queixa. Agostinho Lopes pede, por isso, a intervenção do Governo.

“É preciso defender a produção nacional e não deixar que façam dumping, ou seja, vender aqui a um preço inferior ao que custa no exterior. Sabemos que em Espanha houve uma intervenção do Estado. E o Governo português pode fazer o mesmo. Vai ao mercado, compra o excesso, saneia o mercado e armazena o azeite que há em excesso.”

À tarde, foram ouvidas as preocupações da associação de regantes do Azibo. José Brinquete sublinha que o PCP vai apresentar algumas propostas, uma vez que a albufeira, inicialmente construída para o regadio, está a ser pouco aproveitada.

“Tapar o canal, que se evapora muita água. E morrem 200 animais por ano naquele canal, entre cães, gatos, raposas, ovelhas, javalis. E consome muita água. Gastam mais de 100 mil euros em energia para elevar a água, quando podia haver ali uma solução em queda livre. E vamos ponderar se avançamos já este ano com uma proposta para que haja ali a correcção dessa situação, bem como para a construção de mais dois canais, para Vinhas, Bagueixe, Morais.”

O PCP de Bragança terminou o dia com a União de Sindicatos de Bragança.

Escrito por Brigantia