Pais de Izeda ameaçam não deixar os filhos ir à escola

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Sex, 04/06/2010 - 11:04


  Pais, professores, autarcas e a própria associação humanitária dos bombeiros de Izeda, no concelho de Bragança, estão contra uma eventual fusão do Agrupamento de Escolas de Izeda com o de Augusto Moreno, na capital de distrito.

Ao longo de duas semanas, recolheram quase 2700 assinaturas que entregaram no Governo Civil na última quarta-feira.

 O objectivo é fazer chegar à ministra da educação o seu protesto.

“Os pais não podem estar de acordo nem com a fusão, nem com o encerramento”, sublinha o presidente da Associação de Pais, que assegura que o mínimo “é uma hora e meia de transporte público”, uma viagem que depois afecta o rendimento na escola. Ernesto Gomes, diz ainda que há já quem fale em proibir os filhos de ir à escola, caso a fusão seja consumada.

 

“No meu caso, para Bragança não vêm, irão para outro concelho. Mas há muitos pais que dizem que nem para aqui nem para lado nenhum.”

 

De acordo com Rosa Pinto, a presidente da Junta de Freguesia, eleita pelo PSD, em cima da mesa está a fusão de um Agrupamento que no próximo ano terá 390 alunos, incluindo mais de uma centena de reclusos que frequentam cursos de Educação e Formação de Adultos.

 

Na prática, a fusão implicaria apenas, no próximo ano, a perda do conselho directivo da escola. Mas Rosa Pinto diz que seria o princípio do fim.

 “Uma fusão seria uma perda de autonomia para a vila e um encerramento prematuro da escola. Este ano tiram-nos os órgãos de gestão e no próximo o terceiro ciclo e assim sucessivamente”, sublinha. “Não percebo como querem fechar a única escola que fica a 50 quilómetros de Bragança e que no próximo ano terá 390 alunos”, sustenta.

Uma delegação de cinco pessoas foi recebida quarta-feira pelo próprio Governador Civil do distrito.

 

E apesar de defender a posição do Governo nesta matéria, Jorge Gomes sublinha que o ministério tem de ter as especificidades da região em conta na hora de encerrar escolas.

 

“Admito que 21 alunos na nossa região não é a mesma coisa de que no litoral. Admito que terá de haver excepção para algumas das escolas, mas outras terão de fechar, porque temos consciência, todos nós, que já não é uma qualidade de ensino desejável.”

 

O Governador Civil prometeu encaminhar o abaixo-assinado para a presidência da República, Ministério da Educação, Primeiro-Ministro e Direcção Regional de Educação do Norte.

Escrito por Brigantia