Qui, 23/04/2009 - 10:30
Desta vez, é uma unidade industrial situada no lugar de Latadas, próximo de Frechas.
Este é o segundo caso de poluição ambiental, protagonizada por fábricas de extracção de óleos, ambas no concelho de Mirandela.
A denúncia partiu da junta de freguesia de Frechas e da delegação de Vila Real da QUERCUS. A menos de uma dezena de quilómetros de Mirandela, às portas da aldeia de Frechas, uma fábrica de extracção de óleos de bagaço de azeitona está a efectuar constantes descargas de efluentes, a céu aberto, através de uma linha de água que vai directamente desaguar ao rio Tua, a escassas dezenas de metros daquela unidade industrial. Ao que parece é uma situação que já acontece há “três ou quatro anos”, segundo conta António Correia, habitante de Frechas. Já o presidente da junta de freguesia não esconde a sua preocupação pelo facto da estação de captação de água para uso doméstico nas aldeias vizinhas estar colocada a jusante deste foco de poluição, tal como a praia fluvial. Jorge Pereira acredita que esta situação está mesmo a ser o principal obstáculo à certificação daquela praia fluvial. “É um verdadeiro atentado ambiental”, acusa o presidente da junta.Há mais de um mês, a junta de freguesia de Frechas apresentou uma queixa ao Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR de Mirandela, que já levantou um auto de contra ordenação, mas a fábrica continua a laborar e a despejar os detritos no rio. Jorge Pereira garante “nada te contra a laboração da empresa, antes pelo contrário, mas de acordo com as condições que a lei impõe”.
Para João Branco, da Quercus de Vila Real, este é mais um exemplo do desleixo que o Ministério do Ambiente tem relativamente a este tipo de atentados ambientais. “Só está interessado nas grandes obras das barragens e eólicas. Existem leis ambientais e essas leis têm de ser cumpridas”, sublinha, exemplificando com outros alegados focos de poluição: “São as fábricas, os lagares, as sucatas ilegais…”
Sobre este caso, nenhum responsável pela fábrica em causa mostrou disponibilidade para prestar declarações.
No início do mês, o deputado do PCP na Assembleia da República, Agostinho Lopes, denunciou que a fábrica de extracção de óleo de bagaço de azeitona, no Cachão, que a Inspecção-Geral do Ambiente mandou encerrar, há dez meses, por falta de condições, está a laborar sem licença e a lançar material potencialmente poluente.
Escrito por CIR