Orçamento da Câmara de Bragança aprovado com menos 5 por cento de receita

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Seg, 21/12/2009 - 11:05


A Assembleia Municipal de Bragança aprovou na última sexta-feira o Orçamento para 2010, com 64 votos a favor, três abstenções, dos presidentes de junta de Quintanilha, Rossas e Paradinha Nova, e os votos contra dos 17 deputados municipais de toda a oposição.  

Este orçamento, de quase 48 milhões de euros, prevê uma quebra de quase dois milhões e meio de euros de receitas, comparativamente ao plano de 2009, o que equivale a menos quase seis por cento de receitas da autarquia.

 

No entanto, a oposição critica as opções seguidas pelo executivo social-democrata.

 

Vítor Prada Pereira, do PS, diz que a cidade está a definhar lentamente, que está a ficar desertificada, e justifica o voto contra da bancada socialista.

 

“Em termos de plano, o PS não se revê minimamente nas grandes opções estratégicas deste Executivo. Vemos mais do mesmo. Cimento e mais cimento, algumas obras que vêm do passado e outras das quais duvidamos, como a ciclovia.”

 

O Movimento Sempre Presente também votou contra, porque as obras previstas beneficiam empresas de fora do concelho. Mas José João Lourenço aponta outras falhas no documento.

 

“Não foi apresentada uma política cabal para o nosso concelho, a falta de emprego. Temos obras que estão a esvaziar a cidade.”

 

O CDS/PP, pela voz de Ana Cláudia Guedes de Almeida, diz que o documento foi mal feito.

 

“Acreditamos que não estão a ser aproveitados mecanismos que poderiam ser fonte de receita para o município. E tudo o que está dito no documento está de forma superficial.”

 

Para Luís Vale, do Bloco de Esquerda, este é, essencialmente, mais do mesmo, sublinhando a insistência em empréstimos bancários e na falta de aposta no centro da cidade.

 

“Comparativamente com os anos anteriores, não vemos alterações significativas.”

 

José Brinquete, da CDU, também votou contra, porque considera que foi descurado o emprego e a agricultura. No entanto, o deputado comunista critica também a oposição.

 

“A CDU, como não tem nenhum vereador, o local onde efectivamente se fazem as propostas. O PS e o Movimento Sempre Presente limitaram-se a votar contra, não fizeram nenhuma proposta. Infelizmente, os munícipes de Bragança não têm uma oposiçãono Executivo.”

 

Os partidos da oposição criticaram também algumas obras previstas, como a Ciclovia e o Ecopark, pois dizem que não ajuda à criação de emprego.

 

Quem não concorda é o presidente da câmara, Jorge Nunes. “É um orçamento voltado para as pessoas, para as questões sociais. Também tem algum betão e asfalto, necessários para a segurança, comodidade e bem-estar das pessoas. O resto não passa de um chavão de quem não tem ideias.”

 

O plano orçamental da câmara de Bragança prevê que no primeiro semestre de 2010 seja contraído um empréstimo de médio e longo prazo de um milhão e meio de euros, destinado essencialmente a compromissos do programa Polis.

 

A avaliação dos funcionários da autarquia será também um factor a ter em conta na hora dos aumentos salariais.

 

A câmara propõe-se ainda colocar outra vez a barragem de Veiguinhas como prioridade, remodelar o complexo desportivo do Trinta e os bairros sociais da Coxa e Mãe d’Água.

Escrito por Brigantia