Sex, 05/04/2024 - 09:02
O tempo desafiante em que nos encontramos, as dificuldades crescentes que estas tensões geopolíticas têm trazido a todo o mundo, a pandemia, a guerra na Ucrânia e a subida do preço de bens e serviços são os responsáveis pelo aumento, segundo esclarece o presidente nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, António Saraiva, que esteve, ontem, em Bragança. “Pelos indicadores que temos, em 2022 o número de pedidos de ajuda duplicou, face a 2021. Em 2023 o número de pedidos de ajuda cresceu cerca de 80%. Há uma tendência de uma crescente necessidade de apoio. Os pedidos são mais em algumas tipologias que noutras, apoio ao crescente aumento dos sem abrigo, violência doméstica e bens alimentares”.
E neste contexto, em que a Cruz Vermelha tem sido cada vez mais procurada, António Saraiva aplaude a dinâmica que a delegação de Bragança tem tido. “é um bom exemplo daquilo que as delegações devem fazer e, das 159, Bragança é uma daquelas que vem demonstrando uma dinâmica e prestação de serviços à população que nos orgulha e nos anima porque a nossa missão, com este bom exemplo, pode ser decalcado por outros”.
António Saraiva esteve na região a propósito da tomada de posse dos novos membros da direcção da delegação de Vinhais e das tomadas de posse dos novos membros zeladores e da direcção da delegação de Bragança, bem como para a assinatura de protocolos de cooperação e de apoio ao funcionamento da Academia da Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa no distrito de Bragança.
Jorge Nunes, delegado regional, disse que a academia vai ajudar no que toca ao acolhimento de refugiados. “Via-nos permitir criar outras condições de acolhimento dos refugiados, no que diz respeito à parte da língua portuguesa de acolhimento, formação na área de cidadania, do conhecimento institucional necessário, do mercado de trabalho, formação mínima que precisamos de assegurar opara alguns”.
Mas era necessário a ajuda de instituições como o Instituto de Emprego e Formação Profissional… “Esse é um trabalho muito difícil, que a delegação, só por si, não consegue fazer. Temos tido o apoio da Escola Secundária Emídio Garcia, na parte da língua, mas precisamos de outro tipo de apoio que é o apoio do IEFP, tendo por base um programa que eles têm, direcionado para estas situações e vamos ter que conquistar esse apoio, particularmente na área das formações. Há formações de curta duração que os refugiados podem frequentar mas é verdade que não os conseguimos encaixar nos cursos de catalogo do IEFP porque nem sequer se conseguem reconhecer as competências com que eles vêm”.
A academia, que foi ontem inaugurada e que fica no Shopping do Loreto, em Bragança, servirá ainda para a formação de voluntariado e para trabalhar com jovens, na área de comportamentos de risco e, para isso, foi assinado um protocolo com o IPDJ.
Escrito por Brigantia