Não há dinheiro para reactivar Linha do Tua

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Sex, 09/12/2011 - 16:17


A reactivação da linha do Tua que restará depois da construção da barragem vai custar dezenas de milhões de euros que ainda não estão contemplados nas contrapartidas da EDP.A empresa responsável pela construção da barragem elaborou um plano multimodal de mobilidade, por imposição da Declaração de Impacto Ambiental. Esta é a contrapartida pelos 16 quilómetros da linha do Tua que a albufeira vai submergir. 

A EDP tem já dez milhões de euros disponíveis para criar novos acessos na zona da barragem de Foz Tua, mas não contemplam o investimento necessário para incluir neste plano o que restará da linha do Tua, entre a Brunheda e Mirandela.O director geral do projecto da barragem de Foz Tua, Freitas da Costa, disse à Lusa que esse investimento dependerá do estudo sobre a sua sustentabilidade e da capacidade local de mobilizar recursos financeiros. Para dar início ao processo, a EDP está à espera que comece a operar a Agência de Desenvolvimento Regional, em que é parceira dos municípios de Mirandela, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Alijó e Murça, que são abrangidos pela barragem.Esta agência resulta também das contrapartidas da empresa e vai gerir o fundo financeiro correspondente a três por cento da facturação líquida anual da barragem.O plano de mobilidade já assumido pela EDP ficará também na tutela desta agência, que terá de decidir o que fazer em relação ao que restar da linha do Tua.No entanto, a criação desta agência também não está a ser pacífica. A disputa entre municípios e o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade pelo fundo financeiro oferecido pela EDP está a repetir-se na barragem de Foz Tua e a atrasar a entrada em funcionamento da agência de desenvolvimento regional.O mesmo impasse já tinha acontecido com a barragem do Sabor e o Ministério do Ambiente acabou por recuar na decisão de entregar a gestão do fundo ao ICNB e deixou nas mãos dos municípios a decisão sobre onde aplicar as verbas.

As duas barragens em construção no Nordeste Transmontano são as primeiras a ser contempladas com um fundo financeiro correspondente a três por cento da facturação líquida anual da produção de energia.

Escrito por Brigantia