Museu do Judaísmo avança este mês

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Ter, 07/09/2010 - 09:14


Arrancam já este mês as obras do museu do judaísmo, em Carção, uma aldeia do concelho de Vimioso que se intitula de “capital do marranismo”. Paulo Lopes, presidente da associação Almocreve, dinamizadora do projecto, garante que o financiamento já está aprovado.  

“Neste momento está aprovado pelo PRODER. Falta assinar uns pequenos protocolos, mas está tudo em andamento, por isso, se tudo correr bem, em Setembro devemos iniciar o projecto do museu” afirma.

“É um projecto humilde pois o objectivo é fazer um pequenos museu que retratasse a aldeia e fazer a recolha da cultura judaica que ainda existe na povoação” acrescenta.

 

A obra vai custar 80 mil euros e tem uma comparticipação de 70 por cento do PRODER, para recuperar uma antiga casa judia, no centro da aldeia.

Paulo Lopes adianta que o objectivo é que o museu seja dividido em duas partes.

“Gostaríamos que uma dessas partes fosse um museu virtual, virado para a documentação que existe, pois Carão teve 250 processo de Inquisição, 50 dos quais estão estudados”. A outra será para “exposição temporária e outra permanente”.

 

Historicamente, Carção é uma povoação com fortes raízes ligadas ao judaísmo e no século XV chegou mesmo a ver alguns dos seus habitantes perseguidos pela Inquisição, com cerca de 250 processos. “Foram vários, mas nós temos conhecimento de que pelo menos 30 pessoas foram queimadas na fogueira” adianta.

 

Para além do histórico dos processos da Inquisição, que estão guardados na Torre do Tombo, em Lisboa, Paulo Lopes revela que há vários vestígios judaicos na aldeia, que serão expostos no futuro museu.

 

Para além disso, existem já algumas rotas formadas para mostrar os locais emblemáticos do judaísmo, que atrai turistas do Porto, Lisboa e Espanha.

Para breve está também planeada uma rota Londres-Porto-Bragança-Carção.

A Associação Almocreve tem agora dois anos para concluir a construção do museu.

Escrito por Brigantia