Movimento Cívico contesta RECAPE da Linha do Tua

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Seg, 09/08/2010 - 09:19


O Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (RECAPE) da Barragem do Tua é um autêntico projecto de imobilidade. Quem o diz é o Movimento Cívico pela Linha do Tua (MLCT) por considerar que este estudo não apresenta uma solução viável de alternativas para assegurar o serviço de transporte público no troço que vai ser inundado com a construção da albufeira.  

“Se já vinha no caderno de encargos que todas as vias destruídas teriam de ser repostas com a mesma valência é claro que andar aqui com soluções de comboios, mais barcos, mais autocarros, mais funiculares, mais mini-comboios, mais o diabo a quatro, algum dia isso tem a mesma valência que tem a Linha do Tua modernizada e reaberta?” questiona Daniel Conde do MCLT. “Por isso consideramos que as soluções apresentadas não estão de acordo com o que vinha estipulado no caderno de encargo e no estudo de impacte ambiental. Este projecto de mobilidade não serve e assim a barragem não pode seguir em frente tal como a EDP está a propor” acrescenta.

 

O MCLT considera ainda que a EDP é que deveria estar a assegurar o transporte de passageiros entre a estação de Foz Tua e o apeadeiro da Brunheda.

“Há aqui algo estranho que se está a passar porque desde o início do ano que a EDP arrancou quase dois quilómetros de via, que é uma coisa que só acontece em Portugal e no Afeganistão, já estava estipulado que quando se obrigasse à interrupção da circulação ferroviária para as obras seriam eles a ter de suportar o custo do transbordo” explica Daniel Conde, salientando que “entre o Tua e a Brunheda quem deveria estar a suportar isto seria a EDP e não a CP e isto está a causar enormes constrangimentos ao metro de Mirandela e à câmara municipal”.

 

O MCLT desconfia ainda da criação da agência para o desenvolvimento local por não se saber quem a gere e quem vai servir.

“Claro que desconfiamos! Então essa agência vai ficar a soldo de quem?” questiona. “O dinheiro vem de algum lado, mas também pode deixar de vir. Uma agência que está a soldo de gente que não é da região e que não quer fazer bem nenhum à região como já ficou provado, que raio de agência é? Quais são os seus planos? Quem é que a vai integrar? O que é que vão querer fazer do futuro?” questiona. “Por isso pomos as nossas totais reserva à criação desta pseudo agência de desenvolvimento” conclui.

 

É o parecer do MCLT ao RECAPE da Barragem do Tua que esteve em discussão pública até sexta-feira.

Escrito por Brigantia