Moita Flores debate tema da criminalidade em Bragança

O criminalista falou sobre insegurança abordando a realidade e a construção mediática do tema. O também presidente da câmara de Santarém entende que a insegurança se verifica mais nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, sendo o interior do país um local mais seguro. “ Em cada quatro crimes que existem em Portugal, três acontecem na região metropolitana de Lisboa e Porto e uma no continente e ilhas”, revela Moita Flores considerando “que há uma distribuição antidemocrática do crime”. “Nós podemos dizer que Lisboa não é tão segura como mostram os indicadores para a União Europeia, que o Porto é razoavelmente inseguro e que o restante pais é seguro”, garante o criminalista.

Para Moita Flores, a sociedade de risco em que vivemos potencia o aumento da criminalidade. Daqui advém também o sentimento de insegurança que para o criminalista também é impulsionado pelos meios de comunicação social. “Os sentimentos de insegurança são potenciados por grandes acontecimentos criminais e que depois vão amortecendo conforme o tempo aí o a comunicação social tem um papel decisivo”, defende Moita Flores recordando que “ainda há pouco tempo a noite do Porto produziu impacto e hoje já ninguém se lembra”. O criminalista referiu ainda os casos de apreensão de drogas que “se forem na Guarda, Beja, ou Bragança, num sítio onde isto não é frequente, potencia-os mas depois o tempo vai amortecendo”.

Segundo Moita Flores a vida nocturna é um dos principais factores que estimula a criminalidade e acredita que no futuro as estatísticas vão continuar a apontar o interior como a região mais segura do país.