Qua, 01/06/2011 - 09:16
Em causa está um processo em tribunal, que se arrasta há vários anos, que impede a Misericórdia de registar o lar de Santa Teresinha como sua propriedade.
No passado mês de Abril, o provedor, Arsénio Pereira, disse que tinha sido dado um passo importante no sentido de desbloquear a situação, mas o entendimento entre as partes acabou por não se verificar.
“ Não conseguimos o entendimento. Inicialmente, em conversa com o nosso advogado, o advogado da Câmara e o advogado da outra parte chegámos a um pré-entendimento, que estaria dependente de uma reunião entre o advogado e a família que representa, que reivindica a propriedade do terreno. No entanto, a família terá dito que não concordava com o entendimento, pelo que vamos ter que esperar pela sentença”, esclarece o provedor.
Esta situação impede a Misericórdia de contrair um empréstimo para fazer face aos compromissos com funcionários e fornecedores. Os constrangimentos financeiros já se verificam no dia-a-dia da instituição.
“Temos problemas para pagar a fornecedores. Se temos prejuízo diariamente, ao longo dos tempos, vamos ter problemas para satisfazer os nossos compromissos e manter a confiança junto daquelas pessoas que nos fornecem bens essenciais”, realça Arsénio Pereira.
Os oito salários relativos ao mês de Fevereiro continuam por pagar, mas o provedor não admite a possibilidade de não haver dinheiro para pagar aos funcionários nos próximos meses.
A aposta na mobilidade de pessoal e a rescisão de alguns contratos de trabalho também ainda estão em cima da mesa, mas Arsénio Pereira afirma que só poderão avançar depois de haver um encaixe financeiro para pagar as indemnizações.
A leitura da sentença ainda não tem data marcada, mas o provedor da Misericórdia espera que o veredicto seja conhecido antes das férias judiciais. Caso seja interposto um novo recurso, Arsénio Pereira garante que já tem um plano para resolver os problemas da instituição.
“Temos outro plano para apresentar junto da Segurança Social, no sentido de termos também alguns apoios que nos permitam fazer essa reestruturação”, garante o responsável.
Arsénio Pereira preferiu não quantificar o valor da dívida, mas avança que é “muito preocupante”. Mas ao que conseguimos apurar, ultrapassa mesmo o milhão e meio de euros.
A dívida à banca ascende aos 800 mil euros e a credores ultrapassa os 700 mil.
Escrito por Brigantia