Mirandela e Miranda do Douro registam o maior aumento de desempregados

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Qui, 30/12/2010 - 09:21


Nos dois municípios, o Instituto de Emprego e Formação Profissional registou um crescimento superior a 35%. Os dados são avançados no relatório de conjuntura divulgado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.  

O relatório da CCDRN revela que a taxa de desemprego no Norte bateu novo máximo histórico no terceiro trimestre, fixando-se em 13,2%, mais alta que a taxa nacional de desemprego que se situa nos 10,9%.

O número de desempregados registados pelo IEFP aumentou mais de 20% no último ano em quinze concelhos do Norte, tendo esse crescimento sido superior a 35% em quatro deles, Miranda do Douro, Mirandela, Boticas e Penedono.

 

A taxa que revela "Este súbito agravamento foi sentido sobretudo entre as mulheres (cuja taxa de desemprego chegou a 16,3%) e os jovens (com 24,6%) - novos máximos históricos, em ambos os casos", salientam os autores do documento, notando que a taxa de desemprego subiu um ponto percentual face ao trimestre anterior.

Pelo contrário, em oito concelhos, baixou o número de desempregados registados, com destaque para os de Melgaço (onde a redução ultrapassou os 20%) e S. João da Pesqueira (entre 5 e 10%).

 

"Também o diferencial entre as taxas de desemprego feminino e masculino observadas na região Norte (16,3% e 10,5%, respectivamente) é agora maior do que alguma vez tinha sido registado", realçam os autores do relatório 'Norte Conjuntura'.

O aumento da taxa de desemprego no Norte "foi extensivo a todos os níveis de instrução", mas, no caso dos licenciados, "tal agravamento corresponde tão só a um pico sazonal que sempre se faz sentir nos terceiros trimestres", e que foi agora inferior aos últimos três anos.

 

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no último ano aumentou em 36 mil o número de desempregados no Norte, com destaque para os provenientes da indústria transformadora (mais 12 mil) e do comércio (mais 10 mil).

 

Na reacção, o presidente da câmara de Mirandela não nega que são dados preocupantes, mas considera que os números do aumento do desemprego podem ter várias interpretações.

“Seria necessário conhecer as verdadeiras causas deste aumento porque tanto podem ser administrativas como de outras natureza” refere José Silvano, acrescentando que “alguns programas de emprego podem ter cessado e entretanto as pessoas não tiveram colocação e dos programas de formação profissional que depois entram para o Centro de Emprego”. “Ou então também podem ser actividades sazonais que tenham cessado e que agora se reflectem neste período de tempo” acrescenta. 

 

Contactado o autarca de Miranda do Douro, Artur Nunes diz que não tem mais comentários a fazer sobre o assunto mantendo a posição assumida há dois meses.

Na altura afirmou que “em termos de comparação relativa não me parece uma análise adequada. Há uma pequena percentagem de desempregados que de facto é preocupante”. Salientou ainda que “o emprego que é oferecido não corresponde ao emprego que é procurado e isso provoca esta quantidade de desemprego”.

Escrito por CIR