Ministro diz que fica mais barato dar um carro a cada pessoa do que manter a Linha do Tua

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Ter, 13/07/2010 - 10:25


  Fica mais barato dar um carro a cada passageiro por ano, incluindo combustível, do que manter a Linha do Tua nas condições em que estava a ser explorada.

São declarações do Ministro das Obras Publicas, António Mendonça, na Assembleia da República, onde revelou que ainda não há soluções tomadas sobre a Linha do Tua, mas os estudos apontam que a melhor alternativa seria criar vias rodoviárias.

“Custa 29 mil euros. Quase que mais vale dar um carro a cada um por ano, incluindo combustível”, disse. “Terá de ser uma solução unimodal. As pessoas não podem andar a mudar de transporte uma ou duas vezes por percurso.”

O Partido Ecologista “Os Verdes”, que solicitou a presença do ministro para esclarecer a posição do governo face a esta matéria, considerou que António Mendonça desconhece a realidade do Vale do Tua e que manifestou um claro desrespeito pela população servida pela linha.

Manuela Cunha, dirigente dos Verdes, desafia a população a escrever uma carta ao ministro a solicitar o carro oferecido.

“É uma grande falta de respeito pelas populações. Apelo às populações do Vale do Tua para lhe enviarem uma carta a pedir o carro. Seria interessante ver a sua reacção. Mostrou um grande desconhecimento e foi desonesto com os números”, acusa.

O Governo garante que nos comboios do Tua passavam quase cem passageiros diariamente e que isso custava ao Estado 150 milhões de euros por ano.

Manuela Cunha contraria estes números.

“Para chegar à conclusão que a Linha do Tua não tinha passageiros, usou os números de 2008, em que a linha esteve encerrada grande parte do ano devido a um acidente. Nós apresentámos números de 2006, dados pela Secretária de Estado, e que mostram que tinha muita utilização, sobretudo no Verão, e que ficava mesmo aquém das necessidades.”

O Ministro das obras públicas prometeu apresentar mais soluções para a Linha do Tua, quando esta matéria passar pela comissão parlamentar.

Escrito por CIR