Mil Diabos juntou milhares de pessoas em Vinhais com aluguer de fatos a ultrapassar o ano anterior

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Seg, 19/02/2024 - 09:16


Os diabos voltaram a andar à solta, em Vinhais, este sábado

A tradição da quarta-feira de cinzas, com o diabo e a morte a saírem à rua para capturar pessoas purificando-as com cinturadas, foi transformada num grande evento de atracção turística.

Mil diabos vão capturando as raparigas que estão à janela, aprisionando-as num carro de bois, que arrastam até ao purgatório. Fernando Batista tem 74 anos e desde os 20 que veste o fato de diabo. “É bom ver muita gente aqui na nossa terra”, disse, salientando que esta é também uma forma de manter viva a tradição.

Ao longo de percurso, espectáculos de música, luz e fogo vão compondo toda a representação cénica. E há cada vez mais pessoas a renderem-se à tradição. “Está a ser fabuloso. Estava a comentar com amigos como é diferente o Carnaval da região com o Carnaval que temos nas ilhas Canárias e estou a disfrutar muito da tradição”, disse Javier, das Ilhas Canárias.

A Associação Enzonas, grupo de caminheiros de Bragança, promoveu um intercâmbio e trouxe a Vinhais dezenas de estrangeiros, procurando assim dar a conhecer a tradição além-fronteiras. “Vieram 43 pessoas, da Bulgária, Polónia, Ilhas Canárias, Ilha da Madeira, Itália e Turquia. Num ou noutro país têm o mesmo género de mascarados, mas estão todos estupefactos, porque noutros países não existem. Estão eufóricos”, adiantou Alberto Lebreiro.

De acordo com o presidente da Câmara de Vinhais, Luís Fernandes, durante a semana a hotelaria esteve esgotada e este ano foram alugados mais fatos de diabo. “Em termos do aluguer de fatos pela informação que tenho foi superior que tenho foi superior ao ano anterior, foram à volta de 1100 fatos alugados”, avançou.

A representação teatral terminou com a queima do boneco gigante da morte, encerrando assim as Festas de Inverno. E “quem pró rosto da morte olhou, por mais um ano a afastou”.

A festa continuou noite dentro, com actuação de vários DJ’s.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais