Médico cirurgião regressa ao hospital de Mirandela

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Seg, 18/10/2010 - 10:25


A administração do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) recuou na intenção de retirar um dos cirurgiões e dessa forma praticamente desactivar a urgência médico cirúrgica do hospital de Mirandela. Isso mesmo está explícito num documento assinado pelo presidente do conselho de administração, Henrique Capelas, após uma reunião com o presidente da câmara de Mirandela, na passada sexta-feira. Para que a manifestação de protesto, marcada para a próxima semana, fosse cancelada, José Silvano exigiu que as garantias fossem escritas.  

Uma semana depois de ratificar a proposta do director do serviço de cirurgia de transferir definitivamente o cirurgião que estava de prevenção em Mirandela, para a urgência médico-cirúrgica de Bragança, a administração do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) não aguentou a forte contestação do autarca de Mirandela e das concelhias do PSD e do PS, que iriam culminar com uma manifestação no dia 28 deste mês e voltou atrás e já não aceita a proposta apresentada por António Ferrão.

Isso mesmo está escrito na carta enviada a José Silvano, após uma reunião com Henrique Capelas.

 

O autarca de Mirandela revela quais as garantias que constam do documento e que levam ao cancelamento da manifestação da próxima semana.

“Das conversações que houve resultou um documento escrito que diz que a urgência não vai encerrar e que haverá dois cirurgiões para fazer face às necessidades da urgência” adianta. “Dizem também que vão fazer todos os esforços para que seja cumprido o protocolo entre a câmara e a ARS-Norte com a colocação de mais valências”. “Estas condições fazem com que não seja necessária a manifestação que íamos fazer no dia 28” acrescenta.

 

José Silvano fica satisfeito com este recuo, mas vai avisando que, caso não sejam cumpridas estas garantias, o protesto avança mesmo.

“Valeu a pena lutar” mas fica o aviso de que “mal este protocolo não seja cumprido nós iremos para a rua imediatamente contestar as decisões”.

 

O autarca ainda espera que o director do serviço de cirurgia, António Ferrão, venha a público retratar-se das declarações que proferiu, ao dizer que seria um acto criminoso manter a urgência médico-cirúrgica aberta por falta de condições.

“Vamos esperar que o director de cirurgia fala por ele próprio nos órgãos de comunicação social e peça desculpas públicas. Vamos exigir até ao fim que ele se retrate publicamente ou continuaremos a pedir a sua demissão” adianta.

 

Entretanto, José Silvano revela que não desiste da providência cautelar que interpôs no tribunal administrativo e fiscal de Mirandela denunciando que o protocolo assinado com a ARS Norte não está a ser cumprido pela administração do CHNE. Pelo contrário, o autarca social-democrata diz que vai juntar este documento ao processo.

“Este documento vem ajudar-nos à providência cautelar e vou juntá-lo ao processo no Tribunal Administrativo porque é demonstrativo que não está a ser cumprida a urgência médico-cirúrgica em Mirandela” conclui.

Escrito por CIR