Ter, 30/03/2010 - 11:07
Segundo Nuno Barreira, da União de Sindicatos de Bragança, no início deste ano eram as mulheres as mais afectadas pela falta de trabalho.
“No mês de Janeiro, na região de Bragança temos 2846 homens desempregados e 3834 mulheres. Até nesse aspecto no nosso distrito as mulheres são muito mais penalizadas do que os homens”, sublinha.
Se a estes números for somado o dos desempregados que estão ocupados em acções de formação, chega-se às mais de 7300 pessoas sem emprego em todo o distrito.
Segundo Adriano Reis, também dirigente da estrutura sindical, a falta de apoios às empresas está na origem desta subida.
“As pequenas e médias empresas não têm recursos, não são ajudadas. Não é reduzindo no vencimento do trabalhador que se vai diminuir o preço do produto final, mas através de apoios à energia, burocracia. Aí sim talvez o produto final saia mais barato e dignificado, se os trabalhadores tiverem um salário justo. Para além disso é bom para a nossa economia pois se os trabalhadores tiverem mais dinheiro, mais dinheiro circula na economia”, sustenta.
De acordo com os dados disponibilizados pelos sindicatos, quatro concelhos dos 12 do distrito reúnem dois terços do total de desempregados da região.
Bragança, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Torre de Moncorvo somam 865 desempregados, ou seja, 63 por cento do total.
A agricultura é a área onde há mais pessoas inscritas no centro de emprego, mais de mil, representando cerca de 18 por cento do total.
Seguem-se a construção civil (15,8 por cento), a administração pública e serviços (15,4 por cento) e o comércio, com quase 13 por cento.
A União de Sindicatos denuncia ainda um clima de medo instalado entre os trabalhadores do distrito, devido à precariedade das condições de trabalho.
“Parece o tempo da “outra senhora”, que têm de se marcar plenários para casa dos trabalhadores para tentar organizá-los, devido a serem explorados”, acusa. E diz que isso acontece porque “os trabalhadores têm medo quando aparecemos às portas das empresas. Temos o caso da Faurécia, que nem nos deixa estar nas zonas de acesso à fábrica. Mas acontece nos cogumelos, em todos os sectores”, denuncia.
As denúncias da União de Sindicatos de Bragança.
Escrito por Brigantia