Lenha volta a ser opção para muitas famílias se aquecerem este Inverno

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Qua, 16/11/2022 - 09:15


Com o Inverno a aproximar-se, as pessoas começam já a fazer contas aos gastos que vão ter para tentar suportar o frio

À semelhança de todas as outras alternativas, a lenha está mais cara. Contudo, como a subida parece não ter sido assim tão grande, este ano os lenhadores têm mais trabalho porque estão a receber mais encomendas. É o caso de Bruno Coutinho, que vende lenha no concelho de Bragança, de onde é natural, e também no de Vinhais. Há 10 anos nesta actividade, confessa que está a recuperar clientes que, há uns tempos, optaram por outros meios para se aquecer.

“Perdemos alguns clientes que este ano já nos voltaram a ligar, porque em 2015 mudaram para os pellets e este ano já vendemos quase o dobro do ano passado. Nós subimos o preço da lenha, mas não como o das pellets. Subimos em carga 20 ou 30 euros”, referiu.

Francisco Pires, natural de Vinhais, que vende lenha um pouco por todo o distrito, diz que também voltou a reencontrar compradores. Ainda assim, diz que têm mais ou menos o mesmo número de clientes.

“Eu tive sempre uma venda de lenha. Tenho clientes que há seis ou sete anos não gastavam lenha e este ano já vieram à procura outra vez. Pedimos mais 20 euros por causa da subida da gasolina”, frisou.

Um pouco pela região fora, cada carga de lenha custa agora 420 euros. Por Inverno podem gastar-se dois tractores de lenha. Contas feitas, falamos de 840 euros.

Já no que toca aos pellets, se no início do ano, um saco de 15 Kg custava cerca de quatro euros, agora chega a ultrapassar os 10 euros. De acordo com Manuela Abreu, gerente da empresa F. Pereira, que vende pellets, este material está três vezes mais caro.

“A nossa palete tem 65 sacos e custa 650 euros neste momento e antes custava 285. O cliente habitual que costumava comprar à palete continua a comprar, o que comprava 20 a 30 sacos, est+a a comprar 5 ou 6 sacos”, disse.

Devido ao aumento do preço dos pellets, a procura por equipamentos de ar condicionado disparou. Na loja Sofrinor, em Bragança, que trabalha com todo o tipo de aquecimento, a procura tem sido muita. O proprietário, João Machado, defende que este equipamento é mesmo a solução mais eficiente.

“O ar condicionado é a única coisa que nos consome energia para o seu trabalho, mas multiplica quatro a cinco vezes em poder calorifico. Todas as outras energias, se consumirem 1KW de energia, produzem 1 KW de energia colorífica”, explicou.

Este ano aquecer as casas vai ficar mais caro. No que toca à electricidade, houve um aumento de 3% na factura mensal. Já o aumento do gás depende dos fornecedores de serviços. Se optar por aquecer a casa com pellets, este ano, o valor quase triplicou. A lenha também não fugiu à regra, mas o aumento não foi tão significativo.

Segundo um estudo da Deco Proteste, "para se conseguir aquecer uma divisão, durante cinco meses, um termoventilador irá gastar 225,96 euros anuais, já com uma salamandra o pellets a despesa baixa 54 euros por ano e, com ar condicionado, a poupança pode ascender aos 164 euros".

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves/Ângela Pais