Seg, 18/01/2010 - 11:48
“Uma vitória esperada”, segundo José Silvano.
“Para ser sincero estava à espera de ganhar, mas não com tanta diferença. O que fez a diferença foi os militantes entenderem que era preciso um projecto mobilizador para o distrito e que tinha de haver mudanças. Têm, esperanças que, para além de mudarmos a política distrital, demos um contributo para mudar a política nacional”, sublinhou José Silvano.
O novo líder distrital considera que esta eleição significa a união do partido e garante que conta com todos os militantes.
Mas, mesmo assim, não resiste em responder às acusações de estar já a pensar na candidatura à Assembleia da República, juntamente com Jorge Nunes.
“Nunca o quisemos ser nem sei se o quereremos ser no futuro. Quem foi presidente da câmara durante tanto tempo como nós não sei se quererá ser deputado. Só quem não conhece os dois lugares. Mas uma coisa posso dizer. Os que nos acusaram de queremos ser deputados foram os que durante anos escolheram os candidatos à Assembleia da República pelo distrito. E de uma coisa tenho a certeza. Preferia ver lá o José Silvano e o Jorge Nunes do que o de Penafiel [José Ferreira Gomes]”, disse.
E numa altura em que se aproximam também eleições para a liderança do PSD, José Silvano continua sem nenhum preferido. E avisa mesmo os futuros candidatos que, para terem o voto de Bragança, têm de vir à assembleia distrital discutir as suas ideias. Telmo Moreno diz que só tinha “avionetas contra F16 de Silvano”
E se José Silvano adivinhava uma vitória, Telmo Moreno pressentia a derrota.
“A lista do dr. Silvano era de contra-torpedeiros e F16 e eu tinha duas ou três avionetas. Mas queria pôr os militantes a reflectir e, no fundo, era uma certa forma de denúncia política sobre o facto de a lista adversária ser quase toda do eixo Bragança-Mirandela, esquecendo o resto do distrito”, começou por dizer Telmo Moreno. “Isto está ultrapassado. Vamos ver se tenho ou não razão. Neste momento não queria ter razão e que a união do partido seja real. Estou disponível para um trabalho e um combate político sérios, em que os militantes sejam ouvidos e as estruturas estejam representadas. Se assim não for, obviamente que não estarei disponível”, avisa Telmo Moreno.
O antigo vice-presidente promete agora ser vigilante com a actuação do novo líder distrital do PSD, que sucede a Adão Silva.
“Também entendi que há momentos na vida político-partidária em que é preciso estar na oposição, ser uma oposição credível e, sobretudo, vigilante. Foi isso que fui fazer. Tinha a noção que era muito difícil ser presidente da distrital, mas nem por isso deixei de ir à luta. Se tivesse interesse, não era 24 horas antes que me apresentava. Tinha começado este trabalho muito mais cedo”, explica.
José Silvano venceu em nove concelhos, incluindo Bragança e Mirandela, perdendo apenas em Vimioso, Mogadouro e Miranda do Douro.
A vitória de José Silvano na concelhia de Bragança foi histórica, já que pela primeira vez em 30 anos, um candidato de Mirandela reuniu mais de metade dos votos na capital de distrito.
A lista A venceu também para a Assembleia distrital, elegendo Jorge Nunes, e para o Conselho de Jurisdição, Júlio de Carvalho.
Votaram cerca de 80 por cento dos 1214 militantes com as quotas em dia.
Escrito por Brigantia