José Silvano diz ter sido enganado pelo CHNE e vai convocar uma manifestação

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Qua, 26/01/2011 - 10:59


  José Silvano diz-se enganado pelo presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) no caso da urgência médico-cirúrgica do hospital de Mirandela.

Depois de Henrique Capelas ter prometido, em documento escrito, em Outubro do ano passado, que aquele serviço voltaria a dispor de dois cirurgiões, agora o autarca revela que foi informado, por carta, que essa alteração fica sem efeito.

José Silvano prepara-se para tomar medidas de protesto que podem passar por uma manifestação, Fernando Pires

Tem sido uma sucessão de avanços e recuos desde o Verão do ano passado, altura em que a administração do CHNE decidiu transferir um cirurgião de Mirandela para Bragança, alegando que seria uma situação provisória durante três meses.

 Na prática, situações emergentes, terão de ser transferidas para Bragança. Em Mirandela ficam apenas situações menos graves do ponto de vista da saúde.

Em Outubro, por indicação do director do departamento de cirurgia, foi sugerido que a situação deixasse de ser provisória para ser definitiva.

 Depois de muita contestação e uma ameaça de manifestação de protesto, a administração do CHNE garantiu, por escrito que a urgência de Mirandela voltaria a ter dois cirurgiões, como explica o autarca de Mirandela.

“O presidente do conselho de administração do CHNE enviou-me uma carta a dizer que estava disponível para num curto prazo de tempo colocar dois médicos cirurgiões em permanência na urgência, pois só assim é considerada médico-cirúrgica, caso contrário é um mero Serviço de Atendimento Permanente. Neste prazo, que seria de um mês mas que foi alargado até 30 de Dezembro, nunca foi satisfeita esta pretensão. Em Janeiro dirigi nova carta a dizer que não tinha cumprido o que prometeu por escrito e que esperávamos até 15 de Janeiro para a resolução do problema ou tomaríamos outras medidas.”

 

Agora, José Silvano diz sentir-se enganado pelo presidente do Conselho de administração do CHNE, após receber uma carta a dar conta que, afinal vai tudo ficar como está.

 

“No fim do prazo recebi uma carta do presidente do CA do CHNE a desdizer tudo o que tinha assumido, argumentando que os actuais constrangimentos económicos e financeiros e o limite que o Governo pôs à contratação de novos cirurgiões, não foi possível contratar mais nenhum. Ora isto não é admissível porque o hospital de Mirandela não fica com uma urgência permanente. Ele invocava que a afluência à urgência não é suficiente e que a de Bragança é que é importante.”

   

Perante esta sucessão de episódios, José Silvano garante que vai tomar medidas drásticas que podem passar pela realização de uma manifestação.

 

“O presidente da câmara não aceita as razões invocadas e sente-se enganado no compromisso assumido. Assim, vai denunciar estes factos perante os mirandelenses e os utentes dos outros concelhos e vai usar todos os meios ao seu alcance para reverter a situação, nem que seja patrocinar uma manifestação pública de desagrado a decorrer nos próximos meses.”

 Recorde-se que, no início de Julho do ano passado, José Silvano interpôs uma providência cautelar denunciando o alegado incumprimento de um protocolo assinado entre a câmara e a ARS Norte que garante a manutenção do estatuto de urgência médico-cirúrgica no serviço de urgência do hospital de Mirandela.

Até agora ainda não houve resposta do tribunal.

 

A administração do CHNE diz não ter mais explicações a dar sobre este caso. O gabinete de comunicação acrescenta que as informações que tinha a prestar sobre o assunto já foram comunicadas ao autarca de Mirandela.

Escrito por CIR