Seg, 11/05/2009 - 08:57
Numa conferência sobre Interioridade e Coesão Territorial, o presidente do Governo Regional da Madeira defendeu que essa coesão só é possível através da regionalização.
Para o Continente, Alberto João Jardim diz que devem ser cinco as regiões a serem decididas pelos próprios municípios.
“Eu acho que no continente só devem ser cinco regiões, mas as fronteiras desta regiões têm de ser definidas pelos municípios que estão na raia das eventuais fronteiras”afirma.
Por outro lado defende que em termos geográficos, essas regiões devem apresentar-se numa linha horizontal desde o litoral até à fronteira com Espanha. “Eu não vejo possibilidades de qualquer região se desenvolver se o seu espaço territorial não for desde o litoral à fronteira leste com a Espanha, pois todo o desenvolvimento de m país faz-se a partir do litoral” defende.
Apesar disso, Alberto João Jardim faz questão de esclarecer que não defende a capital do Norte no Porto. “O problema é saber onde vamos colocar o centro de decisão” refere. “O problema do Norte do país é que ficou tudo à espera do Porto, mas os políticos do Porto foram incapazes de se impor e ficaram sempre numa posição subordinada a Lisboa, por isso não há nenhuma razão para que seja a capital do Norte” considera.
O presidente da câmara de Bragança, que já foi apologista de nove regiões, confessa que hoje o país ficaria bem servido com cinco.
Jorge Nunes partilha da opinião de Alberto João Jardim, mas admite ter dúvidas em relação ao facto de serem os municípios a decidir os limites das regiões. “É uma matéria sobre a qual poderei ter de reflectir um pouco mais, mas creio que os limites das regiões têm de ser previamente definidos quer haja referendo ou decisão da Assembleia da República” afirma.
Quanto à inclusão do litoral na mesma região que Trás-os-Montes, o autarca diz que “as regiões têm de ter uma dimensão mínima sob pena de não ter viabilidade nenhuma”.
Jorge Nunes também não concorda com a capital do Norte no Porto. “Para se criar o máximo de aceitação da região é preciso que não se repita o modelo de centralização no Porto que tem muita essa mentalidade raciocinando sob o ponto de vista da região Norte mas que não vê muito mais para além da área metropolitana” refere.
Nesta sessão, o presidente do Governo Regional da Madeira defendeu ainda que a regionalização é o motor da modernização de Portugal e que a divisão dos recursos financeiros não é justa enquanto for Lisboa a decidir sozinha.
Escrito por Brigantia