Já foi criada delegação da UGT em Bragança e está contra medidas do Governo

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Seg, 17/05/2010 - 11:08


  O Secretário-Geral da UGT veio ontem a Bragança apontar três malefícios no pacote de medidas anunciado na semana passada pelo Primeiro-Ministro.

João Proença considera que sendo um pacote que pede sacrifícios, é sempre negativo. Mas aponta três pontos com os quais a central sindical não concorda.

 

“O fim do programa das medidas de combate à crise, que permaneciam para 2010. Tudo aponta, por exemplo, para o fim do programa Emprego 2010. Segunda medida, o IVA abranger as três taxas. Achamos inaceitável também subir no terceiro escalão. A terceira medida é o IRS, que achamos que devia ter uma taxa muito mais progressiva.”

 

Por isso, o Secretário-Geral aponta dois caminhos que, no seu entender, deviam ser seguidos pelo Governo para baixar o défice.

 

“Deviam ser penalizados os lucros distribuídos e não reinvestidos e também deviam ser penalizados os investimentos de capitais provenientes de paraísos fiscais para Portugal.”

 João Proença falava à margem do congresso fundador da UGT-Bragança, que decorreu ontem na capital de distrito.

Na sua intervenção, João Proença criticou a intenção do Governo aumentar a flexibilidade nos despedimentos, mostrou-se mesmo intransigente contra as mudanças previstas na lei.

 Quanto à estrutura criada em Bragança, considera que será muito importante para os trabalhadores do distrito.“Surge uma nova organização sindical. Envolve todos os sindicatos com actividade em Bragança e vai ter uma actividade muito mais forte.” Vai ser criado um pólo de atendimento local para os trabalhadores “e poderá dar melhor resposta aos trabalhadores com problemas nos locais de trabalho, mesmo que não estejam sindicalizados.”

Luís Afonso, do Sindicato de Bancários do Norte, foi eleito presidente desta delegação distrital, que vai funcionar na Avenida Sá Carneiro.

 

Promete trabalhar em conjunto com a câmara municipal, o Governo Civil e os sindicatos. Mas diz que o que mais o preocupa é o desemprego.

 Por isso, não concorda com o congelamento de entradas na função pública.“Vejo muito mal porque se aqui temos pouco emprego, por esse caminho ainda fica pior.”

Neste congresso, o Secretário-Geral da UGT aproveitou ainda para se demarcar da manifestação convocada para o próximo dia 29 pela outra central sindical, a CGTP, garantindo que está mais interessado em lutas com objectivos concretos e não em provocar um clima de instabilidade e de conflito.

Escrito por Brigantia