Qua, 26/01/2011 - 10:52
Um dos elementos do gang ainda continua a monte, supostamente no Brasil, e a família aguarda ainda hoje que se faça justiça.
O dia 25 de Janeiro de 2001 ficou para sempre na memória dos habitantes de Bornes, concelho de Macedo de Cavaleiros. Nesse dia era brutalmente assassinado um filho da terra.
João Melo, inspector da Polícia Judiciária perdeu a vida em Marco de Canaveses durante uma perseguição ao gang dos Ferreiras. Passados dez anos, a pacata freguesia de Bornes recorda com pesar esta data e aguarda a chegada de um grupo de dez inspectores da Polícia Judiciária do Porto que todos os anos se deslocam ao cemitério de Bornes para recordar e homenagear o amigo. À chegada, a emoção predomina nos abraços à família vestida de luto. Sem prestar declarações gravadas, o grupo de inspectores acompanha os pais, irmãs e amigos até à igreja. Maximino Melo, o pai, sente que ainda não se fez justiça, por isso sente-se chocado com as notícias que surgem na imprensa.
“Com um acontecimento destes e depois não haver uma justiça devidamente aplicada. Deviam ser condenados para que estas coisas não aconteçam tão frequentemente. Quem cá fica, fica em sofrimento”, desabafa.
No cemitério, consta uma placa de homenagem da Polícia Judiciária. Maximino Melo faz questão de salientar que o grupo de colegas da PJ nunca esquece o filho.
“Todos os anos, não só no dia do aniversário, passam a dar-nos umas palavras de conforto”, diz, emocionado.
Recorde-se que José Bessa, um dos homens do gang dos Ferreiras foi condenado à revelia a 18 anos de prisão por associação criminosa e assaltos a carrinhas de valores. O prazo de prisão preventiva terminou em 2004 e desde essa altura tem percorrido os tribunais, encontrando-se este elemento do gang a monte no Brasil. José Augusto, o confesso autor dos disparos que atingiram João Melo encontra-se a cumprir uma pena de 25 anos de cadeia, depois de ter sido capturado em Espanha e condenado por tráfico de droga e armas em Junho de 2001, uma vez que após o crime fugiu para o país vizinho escondido na bagagem de um carro.
João Melo foi assassinado em 2001, altura em que tinha 30 anos. O amigo e colega Júlio Santos, que seguia no grupo de inspectores alvejados pelo gang dos Ferreiras e que visitava frequentemente a campa de João Melo em Bornes acabou por falecer em Agosto de 2008 na sequência de um acidente de viação.
Escrito por CIR