Iniciativa do PSD de Mirandela discute urgentes novos modelos de resposta para a população idosa que não passem apenas pelos lares

PUB.

Ter, 19/09/2023 - 09:02


É “urgente” que as estratégias do poder político nacional e local para as regiões de menor densidade populacional e com um elevado número de idosos “tenham como prioridade a implementação de novos modelos de resposta que não passem apenas pelos lares”

O alerta foi lançado, em Mirandela, no passado sábado, por Rosário Mauritti, Coordenadora do Estudo “Territórios de bem-estar, assimetrias nos Municípios portugueses” da Fundação Francisco Manuel dos Santos, uma das oradoras da iniciativa da concelhia do PSD “Pensar Global, Governar Local”.

Dar orientações para o tipo de políticas que devem ser implementadas para contribuir para a melhorar o bem-estar das populações. É esse o propósito do estudo.

A sua autora defende que, por exemplo, para Mirandela, onde dois terços da população é idosa, a ideia será apostar em novos modelos para dar respostas a essa faixa etária. “Isso é uma boa notícia também, quer dizer que a tecnologia, a ciência, tem permitido que nós tenhamos uma sobrevida e muitas destas pessoas, apesar de tudo, vivem com parcos recursos económicos, mas com alguma qualidade de vida, pelo que é com elas que nós temos que trabalhar para reconverter este território. É olhar para a população mais velha, perceber que se calhar aquele modelo tradicional de acolhimento dos mais velhos, através de instalações dos lares, se calhar não responde totalmente e não é operativo, tendo em conta que o envelhecimento é tão intenso e tão rápido. Temos que tentar encontrar outros modelos para os acompanhar e aqui se calhar vale a pena empostar em respostas qualificadas, diferenciadoras”, sustenta.

Mas, Rosário Mauritti, também entende que deve ser reforçada a aposta na qualificação dos mais jovens e elogia o que tem sido feito nessa área, principalmente com o apoio do IPB. “Têm aqui uma dinâmica muito interessante, estão a conseguir qualificar os mais jovens e estão a intensificar a vossa parte do setor terciário com alguma presença de pessoas mais qualificadas, mas se querem pensar no futuro têm que pensar nas pessoas que cá estão e têm que repensar o território a partir destas pessoas e há aqui um polo de dinamização que é interessante, que é a relação que têm com o Politécnico Bragança, que vos traz alguns jovens que vêm também até de outros países, alunos internacionais, alunos que vêm de outras regiões. Se calhar, esta relação com o Instituto Politécnico é uma relação que deve ser ainda aprofundada”, acrescenta.

Rosário Mauritti, acredita que o estudo, que tem mais de duas centenas de páginas, pode ser uma boa ferramenta de trabalho para os atuais autarcas e também para os potenciais candidatos às eleições autárquicas de 2025. “Pensem o território a partir daquilo que é a fotografia, que apesar de toda a estatística nos consegue dar, e pensem nos seus recursos, no seu potencial e procurem operacionalizar ferramentas políticas para o promover e para melhorar a nossa vida”, conclui.

O líder dos laranjas, na cidade do Tua, explica o que se pretendeu com a iniciativa. “Foi para começarmos a discutir aquilo que é a política local e o papel que as autarquias devem ter, porque acreditamos que o papel da autarquia é muito mais do que às vezes se quer fazer parecer, e principalmente quando falamos na autarquia de Mirandela, e esta iniciativa foi exatamente para começarmos a expor que o papel das autarquias tem que ser um papel de transformação dos territórios, da vida das pessoas, e não meramente um papel administrativo de gestão do dia-a-dia”, afirma Nuno Magalhães.

“Nós queremos que isto seja tratado não como uma exposição de alguém que vem de fora para nos tentar ensinar alguma coisa, mas sim alguém que nos venha lançar algumas ideias para que possamos discutir internamente e olhar para essas ideias e ver de que forma podem ser aplicadas ao Concelho de Mirandela e não queremos andar constantemente nas politiquices, na política do diz que não disse, e por isso mesmo nós queremos tratar as coisas com objetividade”, explica.

O líder do PSD de Mirandela adianta que este foi “o pontapé de saída” para outras iniciativas que pretendem recolher o máximo de contributos “para um projeto autárquico vencedor” em 2025. “Queremos começar a construir um projeto alternativo que efetivamente desmonte esta política que é a que está a ser realizada pelo executivo do Partido Socialista, de uma gestão diária em que aquilo que se faz é basicamente os serviços mínimos e não há um efeito transformador do nosso Concelho”, refere.

“Existem promessas, existem palavras, mas aquilo que nós vemos é que o que é feito é muito pouco e tem levado o Concelho a ficar cada vez mais amorfo, com pouca dinâmica e tem perdido a sua relevância e o seu destaque na região. Este pontapé de saída, se quisermos chamar dessa forma, é exatamente o início de um projeto político que quer transformar o Concelho de Mirandela e esse projeto político terá depois a sua concretização em 2025”, adianta Nuno Magalhães.

Para já, a prioridade são as ideias e os projetos para um possível programa eleitoral a apresentar nas autárquicas de 2025. O candidato, esse, só será conhecido mais tarde.

Escrito por Terra Quente (CIR)