Incidente com avião da Aerovip sem explicações

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Ter, 07/12/2010 - 10:43


  Levantam-se dúvidas quanto ao incidente que envolveu o avião que faz a carreira entre Lisboa e Bragança, na última quinta-feira. A empresa vai agora abrir um inquérito interno.

Fotografias a que tivemos acesso pouco após a aterragem mostram um dos cabos de electricidade cortados ainda preso à fuselagem do avião e não ao trem de aterragem.

Mas quatro dias volvidos e ainda não há uma explicação para a baixa altitude a que estava a voar o aparelho na altura em que bateu nos cabos de média tensão, na zona de Vale de Lamas, uma aldeia próxima do aeródromo.

 Contactada a Aerovip, a empresa responsável pela carreira de serviço público, com comparticipação estatal, foi-nos garantido apenas que “a empresa está a tentar apurar o que aconteceu”. Quanto às dúvidas sobre as condições de segurança do próprio avião é que não houve comentários.

Mas o próprio comandante distrital da Protecção Civil, Carlos Alves, tem dúvidas quanto ao que aconteceu.

“Vou inteirar-me disse a seguir. O organismo que licencia os aeródromos (INAC) é extremamente exigente. Achei estranho o incidente”, admite Carlos Alves, que garante que “os planos de emergência estão sempre prontos a entrar em funcionamento e se acontecesse alguma coisa com certeza que iríamos tirar de lá as pessoas”.

Carlos Alves admite que a fraca visibilidade é um problema e que a autarquia terá feito alguma pressão para que não fossem cancelados voos para o aeródromo de Bragança.

“Este ano foi feito um grande esforço, mas eu não gosto de falar do municipal, para não lhes tirar protagonismo e para lhes fazer entender que têm responsabilidade a esse nível, mas foi feito um esforço para não haver interregnos da ligação a Lisboa”, adianta. “O problema são as questões de visibilidade, e as ajudas à navegação que o nosso aeródromo tem, ou não tem, ou tem deficitárias”.

Recorde-se que o presidente da câmara de Bragança, Jorge Nunes, um dos passageiros no voo acidentado, garantiu na última sexta-feira que os meios são suficientes.

“Não temos aparelhos de que dispõe Lisboa para uma aterragem automática, nem é viável que os teremos nos próximos anos mas os meios são suficientes, funcionaram bem, o aeródromo está certificado e tudo o que tinha de acontecer, aconteceu em tempo útil”, garantiu Jorge Nunes.

Há cerca de ano e meio foi instalado um novo radar de auxílio às aproximações do aeródromo municipal, que custou cerca de um milhão e trezentos mil euros.

Também a pista tinha sido já aumentada para os actuais 1700 metros.

A Brigantia contactou também o Instituto Nacional de Aviação Civil mas, até ao momento, não tivemos qualquer resposta.

Escrito por Brigantia

Fotografia: www.cbbraganca.blogspot.com