Seg, 30/03/2009 - 08:24
Sebastião Batista é um dos mais inconformados. “O fogo veio deste lado e acabou lá no fundo do souto” conta. “Vieram os bombeiros e nós fomos lá mas não pegávamos no fogo”.Perdida está a produção de castanha dos próximos dez a 15 anos, juntamente com um património ambiental de valor incalculável. Algumas das árvores tinham centenas de anos. “A mim arderam-me uns doze mas o meu sogro ali é que tinha muitos, eram para aí uns 120 e arderam praticamente todos” refere Gilberto Pires “aquilo não se recupera nada”.“A mim arderam-me 27” refere, o irmão, Jorge Pires. “Eram castanheiros muito antigos e um deles tem mais de 9 metros de perímetros e deve ter mais de 600 anos” salienta. O secretário da junta de freguesia de Edrosa, Martinho Martins, estima perdas superiores a 150 mil euros, por isso pede “ajudas para refazer o souto e se possível alguma ajuda ao rendimento das pessoas porque a maior parte vive das reformas e as receitas da produção de castanha era muito importante” refere o autarca acrescentando que este incêndio representa uma “redução anual de 150 toneladas de castanha e perdas de 150 mil euros”. Para ajudar a população atingida pelo incêndio de Melhe o presidente da Câmara de Vinhais já fez chegar ao Governo um pedido de ajuda. “Pretendemos uma compensação como forma de minimizar a falta de rendimento” afirma Américo Pereira. “Os técnicos do ministério da agricultura já visitaram a área ardida, o nosso pedido já foi recepcionado e vai ser equacionada a possibilidade de atribuir uma ajuda”.
A população de Melhe espera uma ajuda do Governo depois de um incêndio, há uma semana, ter dizimado cerca de 90 por cento do souto daquela aldeia de Vinhais.
Escrito por Brigantia