Imigrantes em Bragança sofrem com o frio

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Seg, 18/01/2010 - 09:52


O frio e a falta de meios de subsistência são as principais dificuldades dos imigrantes que escolheram Bragança para fazer as suas vidas.  

“Vim no ano passado, sou novo cá, estou a estudar. Escolhi Bragança pelo curso e, como é uma cidade pequena, é mais parecido com o nosso país”, explica Santos Fernandes. No entanto, este estudante de S. Tomé e Príncipe aponta “o frio”, como “uma das principais dificuldades na adaptação. “Dificuldades são muitas mas o clima é terrível”, sublinha também Josemar da Cruz.

 

Isabel Santos já está em Bragança há 35 anos e no início também estranhou “o clima”. “Foi muito difícil a adaptação”, garante. No entanto, os problemas iniciais já foram “ultrapassados” e, agora, assegura que gosta “muito disto” e, por isso, “já não ia embora”, diz esta angolana.

 

De Cabo Verde chegou Marcelino Pina, que antes de chegar a Bragança, “há cinco anos e meio”, passou por Lisboa, Viseu, Famalicão. Para além do clima adverso, Marcelino Pina estranha também “a distância” para a capital, um problema “para quem tem família lá para baixo”.

 

Mais de 220 imigrantes de 33 nacionalidades juntaram-se no último sábado, na capital de distrito, num encontro anual que, segundo o presidente da câmara de Bragança, Jorge Nunes, teve mais participantes do que em anos anteriores, “o que foi positivo porque há casais isolados, que não têm contacto uns com os outros e temos de ter algum trabalho de aproximar uns dos outros e ajudar a inserir na nossa comunidade”.

 

A comunidade estudantil é das que mais tem crescido e das que mais recorrem à ajuda da autarquia.

 

“Neste momento estamos, através do refeitório dos serviços sociais, a assegurar o almoço a um conjunto de vinte e tal estudantes dos PALOP, fundamentalmente de S. Tomé e Príncipe”, explica Jorge Nunes, dizendo que “lhes falta um pouco de retaguarda”.

 

Este encontro realiza-se anualmente e pretende estreitar os laços entre a comunidade local e os imigrantes que escolhem Bragança para viver.

Escrito por Brigantia