Qua, 24/12/2008 - 08:53
Segundo um dos mordomos deste ritual característico dos jovens mirandeses, ao longo dos últimos dias alguns técnicos do IGESPAR tentaram boicotar a fogueira alegando destruição do património da Sé Catedral, local onde se realiza a tradição.
“O IGESPAR diz que nós estamos a ofender um monumento preservado mas o município passou-nos a licença de autorização” refere Rui Ventura acrescentando que o instituto “tentou barricar os carros da lenha mas nós opusemo-nos”.
Os mordomos desta tradição questionam esta preocupação recente do IGESPAR em relação a esta tradição. “Temos de entender o argumento da defesa dos monumentos mas nós também temos de preservar as tradições e o monumento está ali há mais de 500 anos e nunca aconteceu nada quando ardiam as fogueiras”.
Rui Ventura lança ainda um desafio ao IGESPAR. “Em vez de se preocupar com a fogueira devia olhar para o telhado da Sé Catedral e para as paredes que estão a criar raízes” refere.
No entanto, o presidente da câmara de Miranda assegura que tudo não passou de um equívoco que já está resolvido. “A directora do IGESPAR ligou-me a dizer que gostava muito que se fizesse a fogueira mas a lenha estava muito encostada à Sé e que as pedras podiam ser prejudicadas com o aquecimento” refere Manuel Rodrigo acrescentando que “já alertei os mordomos e penso que entenderam”.
Preservar o património e a tradição é isso o que prometem fazer os jovens mirandeses esta noite com a realização de mais uma fogueira do galo no largo da Sé catedral de Miranda do Douro, fogueira essa que deve arder até ao dia 6 de Janeiro.
Escrito por CIR