Idosos têm salvado Trás-os-Montes da desertificação

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Qui, 13/01/2011 - 11:38


É graças aos idosos que a região transmontana não está ainda mais desertificada. A ideia é defendida por uma investigadora do Instituto Politécnico de Bragança que estudou as dinâmicas das actividades dos idosos agricultores em Trás-os-Montes.  

Analisou idosos ainda activos na agricultura em Trás-os-Montes em duas fileiras: criadores de vacas mirandesas e a florestação de terras agrícolas.

Sílvia Nobre, docente da Escola Superior Agrária de Bragança, fala das conclusões a que chegou.

“Eles trabalhavam bastante. Estavam abertos à inovação, a novas técnicas, sobretudo se lhes facilitassem o trabalho. Gostavam de ter património agrícola preservado para deixar aos descendentes. E à medida que deixavam de pagar Segurança Social e passavam a receber reformas, deixavam produções mais trabalhosas como a das vacas e passavam a concentrar-se em produções mais permanentes, como os castanheiros”, explicou Sílvia Nobre.

  

Por isso, entende que os idosos podem ser o motor do desenvolvimento da região, até na criação de emprego.

“São quem está no território e é uma forma de o território não estar desertificado e constituem-se como oferta de emprego para a população activa, pois há uma necessidade de serviços que fará sentido implementar”, referiu.

Ainda assim, admite que este desempenho dos idosos na manutenção da actividade agrícola só acontece muito por causa dos subsídios que recebem.

“Estes casos de sucesso só são possíveis porque tem havido um apoio do Estado que tem permitido alguma ajuda aos idosos que vivem isolados no meio rural”.

As conclusões deste estudo foram apresentadas ontem durante uma conferência organizada pelo Núcleo de Investigação e Intervenção no Idoso, da Escola Superior de Saúde de Bragança.

Escrito por Brigantia