Habitantes de Terroso, Bragança, preocupados com cães vadios que lhes atacam os animais

PUB.

Seg, 17/06/2019 - 10:56


Há quatro cães vadios, em Terroso, no concelho de Bragança, que estão a atacar os animais domésticos de vários habitantes da aldeia. Segundo os lesados, a situação já se arrasta há perto de três meses

A dona terá deixado a aldeia para viver na cidade, em Agosto do ano passado, e os cães, conforme garantem os habitantes, foram lá deixados. Os ataques repetem-se quase todos os dias e, apesar da dona dos cães já lhes ter garantido pagar os estragos, quem tem sofrido as consequências diz que já não sabe o que fazer porque o caso já foi comunicado ao município mas os cães ainda não foram capturados. “Tenho lá quatro ou cinco cabras todas mordidas, uma a acabar de morrer e quatro a monte e duas cabritas. Ninguém quis resolver esta situação, vieram para aqui com umas ratoeirazinhas, como se andassem aos coelhos, e não é assim. Como não são eles que ficam sem os animais estão-se 'marimbando'”, contou Ramiro Pereira. “Já me comeram 14 'pitas', não foi assim tão pouco e continuam por aí assim à solta. Quando me comeram as galinhas ela veio cá e disse: 'venho-te para te pagar as galinhas' e eu disse-lhe: 'eu não quero que me pagues, só quero que tires daqui os cães'”, referiu Francelina Pires. “Estive na GNR e eles disseram que era melhor conversar e ela dizia que não sabia aquilo que havia de fazer e que a veterinária municipal já era a responsável. Acho que já há outra queixa contra a senhora veterinária e continuo a dizer que é a responsável. Queriam morder aqui um senhor e ela, para o outro dia, mandou aqui um homem para apanhar os cães e tapar os olhos à população mas não tapou nada”, explicou Leonel Esteves.

A Rádio Brigantia contactou a dona dos cães que garantiu serem seus e que os tem alimentado, ao contrário do que se diz na aldeia. Maria Lucinda diz que também já não sabe o que fazer porque há apenas um cão que se deixa apanhar e acredita que a câmara de Bragança podia estar a fazer mais para resolver o problema. “Os cães são meus e não são. Eram filhos de uma minha cadela mas quando vim para Bragança os cães ainda não eram nascidos. Cheguei já a pagar ovelhas e cheguei já a dizer que todos os danos que eles façam que os pago. Fome não têm porque levo-lhe lá de comer. Não consigo apanhá-los, uma delas consigo, e até a tenho presa que é para ver se os outros vêm a ter com ela para o senhor da câmara ir levar as jaulas e os conseguirmos apanhar. Já tentei de tudo e já fui à GNR e à câmara. Deviam arranjar uma maneira de os adormecer para os trazer para o canil mas não o estão a fazer e não sei porque. Se eles quisessem ajudar eles ajudariam. Os cães agora são vadios mas metade das coisas que dizem são mentira”.

Octávio Reis, presidente da junta de freguesia de Espinhosela, garante que já houve várias tentativas de capturar os cães mas também alega que os canis devem estar lotados e não poderão ser acolhidos. “Participaram que havia quatro cães errantes e nós, junta de freguesia, comunicámos aos serviços municipais. Falámos com a veterinária municipal e ficaram de ir fazer a recolha. Já tiveram três ou quatro tentativas de os apanhar mas, neste momento, estão em estado selvagem e fogem e o que me informaram é que os canis também estão lotados. Pessoas ainda não atacaram mas os estragos já são avultados, desde cordeiros a galinhas”.

Contactado, o vice-presidente da câmara, Paulo Xavier, garante que têm sido feitos todos os esforços possíveis para que a situação seja resolvida e esclarece que o canil ainda pode receber animais. “Temos feito esforços para realizar a captura destes animais mas não temos conseguido e há pouca, ou nenhuma, cooperação. A médica veterinária municipal tem tido essa preocupação, tem ido ao local. Poderíamos ter lotação esgotada no canil, pode ser uma evidência dentro de pouco tempo, não digo que não, mas, neste caso específico, não se trata disso”.

Os lesados garantem ainda que já tentaram fazer queixa na GNR e há quem diga que vai avançar para tribunal.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves