Ter, 30/06/2009 - 09:11
“Há-de haver bom-senso de ambas as partes e os docentes vão ter bom senso e perceber, dentro do seu direito de fazer greve, que isso prejudica outros”, diz. Sobrinho Teixeira está convencido que “neste momento, muitos dos docentes não leram o estatuto”. “Há lá condições de salvaguarda que, não sendo as que desejaríamos, dão algum conforto aos docentes do Politécnico.”
Na origem deste protesto dos professores está a proposta do Governo para a revisão do estatuto da carreira docente. A Fenprof deu um parecer globalmente positivo à proposta que, contudo, foi rejeitada pelo Sindicato Nacional do Ensino Superior. O SNESup rejeitou mesmo assinar o acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, estando contra o regime de transição imposto para o subsistema politécnico.
Presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Sobrinho Teixeira participou nas negociações com o Governo e revela que os interesses dos professores saíram reforçados.
“Há aqui uma questão que tem a ver com os vínculos laborais e tem a ver com os sindicatos. Houve uma coisa que o ministro sempre mostrou objecção, dizendo que não admitiria que os docentes pudessem entrar para a carreira sem concurso. No entanto foi possível avançar bastante entre a versão original e a final. O número de anos aumentou de três para seis mais quatro. Ou seja, quem terminar o doutoramento em seis anos ainda tem mais quatro anos para se submeter ao concurso para entrar na carreira”, explicou.
Para além disso, há já autorização para ser feita a renovação dos doutorados por quatro anos. Aos que vão iniciar o doutoramento brevemente será renovado o contrato por dois anos com possibilidade de renovação automática por mais dois anos.
Uma das condições do governo é que nenhum professor entre na carreira sem concurso. Um procedimento que não preocupa Sobrinho Teixeira.
“O IPB tem o melhor corpo docente de todo o sistema politécnico e por isso não devem ter receio de se submeter ao concurso” para entrar na carreira docente. “Pelo contrário, ainda poderão ganhar concursos noutros locais. E esse é o meu receio, perder parte da massa crítica que o IPB tem.” Mesmo assim garante que não pensa “perder um único docente”.
A greve dos professores do Ensino Politécnico foi convocada para 7 de Julho e deverá durar uma semana.
Escrito por Brigantia