Qui, 04/03/2010 - 15:25
Ao início da manhã, a população não escondia alguma revolta.
“Tinha consulta marcada e chego aqui não encontro ninguém, mas vou ficar à espera a ver se alguém me atende” refere José Pires. “Eu sou de uma aldeia longe e não tenho transporte, não há aqui ninguém por isso não deve haver consultas” afirma Bernardina Pires. “Bem precisava da consulta, mas não sei se a tenho ou não” lamenta Maria de Lurdes que foi para o centro de saúde às oito da manhã.
Já na escola secundária Abade de Baçal, por exemplo, nem sequer houve aulas esta manhã. “Dos 18 funcionários que deveriam estar a trabalhar, temos 13 a fazer greve e por isso é impossível manter a escola a funcionar em perfeitas condições” refere a directora do conselho executivo. “O serviço da biblioteca está assegurado, o bar, a cantina, mas não há condições para ter as salas todas abertas” acrescenta Teresa Sá Pires.
Para os alunos, a falta de aulas não foi um problema. “Não é problema nenhum” refere Pedro Gonçalves. “É sempre bom não haver aulas, e como não temos teste não há problemas” Marisa Filipa. Já David Branco indica que “tive de vir para escola com o meu pai porque não havia autocarro, agora não tenho aulas e tenho de ficar na escola porque os meus pais estão a trabalhar”.
Segundo José Chumbo, do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública, esta era uma das situações que mais preocupações causava “porque os miúdos andam aí como pássaros tresmalhados, têm de ir para os cafés porque nem têm de comer” refere, salientando que “os miúdos das aldeias só têm autocarro às cinco da tarde”.
Nas restantes escolas houve aulas esta manhã, apesar de a adesão entre os funcionários chegar aos 90 por cento nalgumas situações.
Escrito por Brigantia