Governo Civil lança prémio para mulheres

PUB.

Ter, 09/03/2010 - 09:23


Muitas mentalidades mudaram nos últimos 50 anos mas, em pleno século XXI, as mulheres ainda sofrem discriminações em relação aos homens. Esta segunda-feira o Governo Civil de Bragança assinalou o Dia Internacional da Mulher com alguns exemplos de mulheres da região que contrariaram as estatísticas.  

Berta Nunes tornou-se em Outubro a primeira mulher eleita presidente da câmara no distrito de Bragança, ao ganhar a corrida à câmara de Alfândega da Fé.

Uma eleição que não foi isenta de críticas, só pelo facto de ser mulher.

“Por um lado foi pela compatibilização da vida privada, da família com a vida pública. Por outro, a sociedade espera vários papéis das mulheres mas não espera que tenha papéis relevantes na vida politica e isso faz com que as pessoas tenham baixas expectativas em relação à capacidade das mulheres” refere a autarca, acrescenta que durante a campanha eleitoral foi alvo de ataques “tendo em conta o facto de eu ser mulher e que não teria tantas capacidades”.

 

Já Maria de Fátima Rodrigues saiu de Edral, uma aldeia do concelho de Vinhais, há 40 anos, rumo ao sucesso no mundo empresarial em Lisboa.

Mas foi um percurso feito com algumas adversidades, para uma mulher que chegou a directora operacional do aeroporto da capital. “Tive algumas adversidades porque eu tinha três papéis: mãe, dona de casa e o profissional” afirma. Mas considera que “não há dúvida que nós mulheres temos de trabalhar mais para atingir o mesmo nível dos homens”.

 

Mesmo assim, considera que nos últimos 50 anos a sociedade já mudou. “Quando aqui andei a estudar, o liceu tinha os recreios separados para rapazes e raparigas e eu tinha um professor que dizia na minha turma, que era só de meninas, que o nosso lugar era em casa a coser meias e a descascar batatas” recorda Maria de Fátima Rodrigues.

 

Por isso, ambas deixam alguns apelos para que a mudança seja maior.

“O facto de estar como presidente de câmara é um exemplo que mostra que as mulheres conseguem atingir objectivos, é preciso é acreditar em si própria e ser persistente” refere Berta Nunes.

Já para Maria de Fátima Rodrigues, a igualdade começa com as mulheres “a educar melhor os filhos para acabar com este preconceito”.

 

Testemunhos de quem ultrapassou barreiras, a propósito do dia Internacional da Mulher.

E a pensar já nas comemorações do próximo ano, o Governo Civil de Bragança decidiu criar um prémio, em jeito de homenagem às mulheres do distrito que se tenham distinguido em várias áreas da sociedade.

“No âmbito desportivo, cultural, político, social e até do voluntariado, em que as entidades podem propor as candidatas a esse reconhecimento” adianta Jorge Gomes. Mas “para além disso, grupos de cidadãos também podem subscrever uma candidatura”.

Haverá um júri que ainda não foi anunciado, e “vai seleccionar essas senhoras para serem distinguidas com um prémio simbólico”.

 

O concurso foi apresentado esta segunda-feira, pelo Governador Civil.

As candidaturas decorrem até 31 de Dezembro.

Os resultados serão conhecidos a 15 de Fevereiro do próximo ano.

Escrito por Brigantia